2 de julho de 2014

Sobre vinhos na Provence: pato ao molho de damascos frescos

Com a variedade de produtos que encontramos em outro país, quem gosta de cozinhar se sente inspirado a aproveitar a chance, e fazer pratos que seriam difíceis de se fazer em casa, seja porque os ingredientes seriam caros demais, ou mesmo porque podem não ser encontrados.

Estas inspirações levaram a chef a elaborar este prato, durante a nossa viagem: peito de pato grelhado, ao molho de damascos frescos. Os peitos de pato foram colocados para marinar com vinho rosé, sal, alho, e ervas da Provence. Na hora do preparo, foram colocados para grelhar na frigideira, inicialmente com a gordura para baixo, e um pouquinho de água. Diferentemente do gosto francês, preferimos a carne de pato bem passada. Após um tempo, forma-se uma grande quantidade de óleo, que sai da gordura do próprio pato. Por isso, antes de virá-los para corarem do outro lado, é preciso escorrer este óleo.

Para o molho, os damascos foram cortados na metade, descaroçados, e colocados para cozinhar no suco de uma laranja, e com duas colheres de mel de lavanda, que deram uma ligeira adoçada, e delicioso aroma floral. No final, foi acrescentado um gole de vinho rosé ao molho.

O pato foi servido cortado em fatias, cobertas com o molho, e acompanhado de arroz branco e 'fitas' de cenoura. Uma delícia, e melhor ainda com o vinho que escolhi para acompanhar!


O vinho para acompanhar

Vinhos brancos encorpados, estruturados, são o acompanhamento perfeito para pato com molho de frutas. Principalmente se possuem estágio em madeira. Então, escolhi o Baron G. blanc 2012 do Château de Bellet.

Foi este château que emprestou seu nome à denominação de Bellet, o vinho de Nice. E ele continua sendo a referência, o principal produtor da região. Seus vinhedos estão localizados mais próximos do rio, portanto, em altitudes menores, em comparação com o Château de Crémat (até 300 metros de altitude). Desde 2012, a safra deste vinho, seus vinhedos são certificados como orgânicos.

Este vinho branco foi elaborado basicamente com a uva Rolle, a variedade branca mais difundida da Provence, mas ainda mais predominante na cidade de Nice. As uvas foram colhidas manualmente (obrigatoriedade da apelação), o mosto passou por uma leve maceração pelicular, e foi colocado para fermentar em barris de carvalho, onde permaneceu por 10 meses.

Como resultado, tem cor amarelo-palha intenso, encorpado e untuoso. Percebe-se muito a influência da madeira, com aromas de baunilha e coco a acompanhar as notas de pêssego e abacaxi maduros. Tem um final longo e fresco, fazendo salivar.


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