31 de maio de 2014

Leyendas de Familia Rosé 2012


Para aqueles que têm preconceito contra vinhos rosés, por achar que são sempre muito levinhos, frutadinhos, frescos: vocês devem conhecer o Leyendas de Familia Rosé 2012. Já começa pela intensidade da cor, pois faltou pouco para ser tomado por um tinto de cor leve. A foto demonstra uma tonalidade mais para tijolo, mas na verdade era cor cereja, bem carregada, mas jovial.

Não posso negar que é um vinho de muita personalidade, marcante. Denso, tem um peso que não se espera de um rosé, sem deixar de ser perfeitamente equilibrado, e com aromas bem intensos. Por ser encorpado, deve ser tomado a uma temperatura um pouco mais alta (acima da temperatura da geladeira), o que deixa os aromas ainda mais intensos.

Devo reconhecer suas qualidades, mas para mim tem um defeito. Nem se trata do corpo, pois me pareceu um rosé eclético, que serve pro calor e pro frio, pra beber puro, ou pra acompanhar refeições. O que não me agradou muito foi o aroma, que remetia muito à Cabernet Sauvignon, com o herbáceo de pimentão se sobressaindo em relação às frutas. Mas isso também pode ser um ponto positivo, para quem adora o sabor da Cabernet Sauvignon.

20 de maio de 2014

Evidência 2007

Como a aeração no vinho certo pode transformá-lo


Ele já tem 7 anos de idade, por isso achei estranho a Winelands dizer que apresentava reflexos violáceos, e continha aromas florais (sinais de juventude). Ainda mais dizer que ele não necessitava de aeração. Bem, confiei, abri o vinho e me servi. A cor dele já tinha nítidas nuances de tijolo, e veio um cheiro forte de AAS (ácido acetilsalicílico, remédio que tomei muito quando criança), que foi um impacto muito negativo. Mas eu provei o vinho, e vi que tinha estrutura de sobra (leia-se acidez e taninos). Sendo assim, o deixei respirando (na garrafa, mesmo) e continuei a refeição.

16 de maio de 2014

Sanduíche acompanhado de vinho francês. Sacrilégio?

O que lhe parece abrir um vinho de Bordeaux para tomar junto de um sanduíche? Um sacrilégio? Bobagem.

Esta noite, ocorreu uma feliz coincidência, que eu não poderia deixar de aproveitar. Mal chegaram os vinhos do mês da Winelands, e o lanche da noite era sanduíche de rosbife com queijo de cabra. Era como um sinal de que eu tinha que abrir um dos Sauvignon Blancs recém-chegados.

13 de maio de 2014

Nemea em três altitudes


Nemea é a região mais importante da Grécia no que se refere a vinhos tintos. Localizada a nordeste da península do Peloponeso (ao sul do país, próxima a Atenas), os vinhos que recebem a Denominação de Origem são produzidos exclusivamente com a uva Agiorgitiko. A uva e a região são amalgamados, já que a uva é nativa dali, é a única permitida na Denominação de Origem, e a D.O. é a única que recomenda o seu uso.

5 de maio de 2014

Vinho Verde, não. Um grande vinho branco.

Durante o último curso de vinhos portugueses que assisti com Rui Falcão, aproveitei para pedir que ele me explicasse melhor sua posição a respeito de uma suposta dicotomia entre a denominação Vinho Verde Alvarinho e a sub-região de Monção e Melgaço (leia Alvarinho ou Monção/Melgaço?). A conversa que tive - uma aula particular - partiu deste texto, mas foi muito além, e me ajudou a compreender melhor o que são os dois mundos de Vinho Verde.

Eu compreendia que existe uma diferença, em termos de estilo e de reputação, em relação aos Vinhos Verdes Alvarinho e o restante dos Vinhos Verdes. A Comissão dos Vinhos Verdes (CVRVV - entidade responsável pelas normas, controle e divulgação dos Vinhos Verdes), no seu site, nos seus encartes e nas sua campanha de divulgação, dá total ênfase naqueles Vinhos Verdes que representam a maioria esmagadora do mercado: muito leves, pouco alcoólicos, com agulha (sensação gasosa) que os tornam ainda mais refrescantes, muita acidez, bons para dias quentes, e para acompanhar diversos tipos de refeições mais difíceis (molhos doces, muito apimentados, muita gordura). Por outro lado, mesmo que de forma passageira, e quase negligente, eles distinguem os Vinhos Verdes Alvarinhos, lembrando-nos que são mais encorpados, mais alcoólicos, sempre secos. Mas a CVRVV não dá a devida ênfase em como a proposta deles é muito mais distinta. Estes dois mundos são mais distantes do que dão a entender (e não se restringe aos Vinhos Verdes Alvarinho).

3 de maio de 2014

Prosecco Superiore Millesimato Brut 2011 de Cecilia Beretta

Um bom Prosecco, da região de Conegliano-Valdobbiadene, se distingue do restante. Não é à toa que os Proseccos de lá ganham status de DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida).

Conheci o produto em uma degustação que a importadora Vínica promoveu na ABS Campinas SBSomm, há quase um ano. Gosto de levar a Thais quando há espumantes, pois sei que ela gosta. E não deu outra: mais uma vez, ela bateu o dedo na ficha e falou: "eu quero!".