26 de fevereiro de 2014

Fritz Haag 2011

A Thais caprichou no almoço: frango ao molho de iogurte e hortelã (igual à receita que preparei na casa dos meus pais, só que melhor, com tempero mais caprichado), e de acompanhamento, arroz e berinjela picada, assada com bastante azeite e alho. A intensidade de sabores pedia um bom vinho para acalmar as papilas gustativas.

Então, selecionei o Fritz Haag Riesling Trocken 2011, um Riesling da região do Mosel, na Alemanha. Tinha comprado no início do mês, na loja da Grand Cru. Estava em promoção (15% de desconto, a R$82), porque a safra de 2012 já chegou, mas o dono da loja, que me atendeu, me garantiu que o vinho ainda aguenta alguns anos de vida pela frente. E aguenta, mesmo.

23 de fevereiro de 2014

Galinha com arroz e um rosé da Grécia

Este domingo teve galinha com arroz. E desta vez, foi feita com pimenta-de-cheiro! Foi sorte termos achado dela aqui em Campinas. Encontramos um pacote que continha pimentas sortidas, e uma parte delas era a que precisávamos. Havia também uma alaranjada, muito parecida, que também não arde nada, mas o cheiro é menos intenso.

No ano passado, descrevi o preparo do prato (relembre aqui). Abaixo, a foto do resultado, desta vez.

Naquela ocasião, havia testado a harmonização com um tinto e um branco. Achei que os dois tipos são compatíveis, apesar de ter achado o branco mais adequado. Hoje resolvi acompanhá-lo com um vinho rosé. E deu muito certo.

O rosé escolhido veio da Grécia, trazido pela Winelands: Ionos Rosé 2012. Ele é produzido pela Cavino, a mesma empresa que produziu o Patras 2012, que provei no início do mês. Este rosé faz parte de sua linha mais básica, é para o dia a dia, para refrescar um dia quente, e também para harmonizar com pratos típicos brasileiros!

Tem cor cereja de intensidade alta, aromas de frutas vermelhas, numa mescla de morangos frescos, e geléia de frutas vermelhas. Mas isso não significa que seja doce: a doçura está apenas no aroma. Ele é definitivamente seco, com boa acidez, corpo levinho, e 11,5% de álcool. Dá para tomar bem frio.


20 de fevereiro de 2014

Entre a crianza biológica e a oxidativa

Já descrevi o Jerez Fino e sua inigualável crianza biológica aqui. Também já comentei sobre o Jerez Oloroso, que envelhecido em crianza oxidativa, resulta em um vinho completamente do primeiro. E o que acontece quando um vinho passa parte do tempo de um jeito, e parte do outro? Aí, temos o Amontillado.

Vale lembrar que a diferença chave entre o Fino (biológico) e o Oloroso (oxidativo) é a presença de uma camada de leveduras, chamada flor. Quando ela se desenvolve, ela protege o vinho do oxigênio, e expele substâncias aromáticas no vinho. O Amontillado é um vinho que passa alguns anos sob a flor, e depois de um tempo, o produtor aumenta a concentração de álcool, matando as leveduras. A partir de então, ele passa por alguns anos em envelhecimento oxidativo, até ser engarrafado. Como resultado, ele traz características de um e de outro vinho.


Como se produz o Amontillado

  • ele é feito exclusivamente da uva Palomino - assim como o Fino e o Oloroso;
  • a fermentação ocorre até o final, e fica completamente seco - assim como nos outros dois;
  • ao final da fermentação, ele é fortificado até que atinja a graduação alcoólica de 15,5% - assim como o Fino;
  • a flor se desenvolve, e ele envelhece em um sistema de criaderas y solera. A diferença é que em uma solera de Amontillado, nas primeiras criaderas (mais do alto) a flor é mantida. Mas nas últimas criaderas, o vinho é fortificado a 17%, matando as leveduras;
  • portanto, nas últimas criaderas e na solera, ele envelhece em contato com o oxigênio - como o Jerez Oloroso.

No resultado final, ele possui características similares a de um Oloroso; mas nos aromas, traz tanto a influência de uma crianza, quanto de outra. Para mais detalhes, leia: Dos vinhos de Jerez.

Jerez Lustau Solera Reserva Los Arcos Dry Amontillado

Este vinho é produzido pelas Bodegas Lustau. Solera Reserva corresponde à sua linha básica, e Los Arcos é o nome da bodega (do armazém) onde ele envelhece. De acordo com o site do importador, passou aproximadamente 3 anos na primeira fase (biológica), e por volta de 4 anos na fase oxidativa. Ele é engarrafado com 18,5% de álcool. Como fermenta completamente, e ainda envelhece com a flor, tem provavelmente menos de 1g/L de açúcar residual.

O vinho apresentava uma cor âmbar meio acastanhada, com intensidade menor do que um oloroso. Tinha boa intensidade de aromas, entre tostados e frutas secas (figos, tâmaras, amêndoas torradas, etc.). No início, esses aromas oxidativos dominavam: apenas após um tempo, foi possível distinguir uma nota de massa crua, de fermento de pão, característico da crianza biológica. Na boca, tem boa acidez, final longo e seco. Os aromas de boca confirmaram o nariz, e o retro-olfato seguiu o padrão dos aromas na taça: no início, as notas tostadas dominavam. Após algum tempo, passou a apresentar os aromas biológicos.

Aqui no Brasil, custa R$133,00. Um pouco caro para aqueles que não conhecem quererem arriscar. Ele demorou um pouquinho para me conquistar, mas no fim, me convenceu. Agora, adoro tomar uma tacinha à noite, após o jantar, saboreando-o vagarosamente.


Pellegrino Marsala Superiore Secco

Em uma recente degustação de vinhos fortificados, este Marsala me impressionou. A mim, e aos demais presentes, pois se sobressaiu em relação a vinhos que custavam mais que o dobro. Mesmo não tendo sido eleito o melhor do painel, ainda assim, foi dos que obteve melhor repercussão.


16 de fevereiro de 2014

Surani Costarossa Primitivo di Manduria 2011

Eu havia provado este vinho em uma degustação promovida na Excelência Vinhos pela importadora Vínica. Fiquei encantado. Não era o que eu esperava de um Primitivo di Manduria, mas era muito redondo e saboroso; porém elegante, e não com a potência que se esperaria. Tinha que levar pra casa, ao menos uma garrafa.

Desde então, ela estava lá na adega, havia uns (poucos) meses. Dentre os vinhos tintos, ele estava entre as minhas prioridades, isto é, aqueles que eu queria tomar logo. Neste fim de semana, o momento adequado se apresentou. Thais estava doente, e queria comer um gnocchi. Mas fazer gnocchi é a especialidade dela, então eu liguei no restaurante, e pedi pra entregar. Casa italiana, especializada em massas. O escolhido era com molhos branco e sugo, com bacon e filé mignon picado à estrogonofe, coberto com queijo e, finalmente, gratinado. Um prato desses merecia um vinho à altura. Então, o abri.

15 de fevereiro de 2014

Terras do Demo Cinquentenário

Este vinho é produzido pela Cooperativa Agrícola do Távora, da região do Távora-Varosa. Já comentei sobre um de seus espumantes, o Terras do Demo Brut Rosé.

Em 2005, a cooperativa fez 50 anos, e para marcar a data, lançou este vinho de edição limitada: Terras do Demo Cinquentenário. Ele foi feito com uvas colhidas em 2003, de vinhas velhas, com idade média de 40 anos, cultivadas sem fertilizantes ou pesticidas industriais, e colhidas à mão. Após vinificado, passou 12 meses estagiando em barricas novas, e mais 6 meses em garrafa, antes de ser lançado.

14 de fevereiro de 2014

Afraid you might taste something, Lagerboy?


No Reino Unido, sabem muito bem fazer cerveja. Ales avermelhadas ou mais escuras, porters e stouts. Às vezes, envelhecidas em cascos de carvalho. Cervejas encorpadas, com gosto de verdade. Totalmente adaptadas ao clima frio e chuvoso. Lá, cerveja é coisa séria. Não se indignam a colocar as lagers na mesma categoria. "Você prefere beer, ou lager?", me perguntou o garçom de um restaurante, em uma cidade do interior. Eu queria uma beer, ale, claro! Na terra das ales, vou tomar ale!

10 de fevereiro de 2014

Cavino Patras 2012

No último mês, a Winelands trouxe novamente vinhos da Grécia! Como está calor, comecei provando o branco.


A vinícola Cavino elabora este vinho com uvas Roditis, provenientes de vinhas de 20 anos de idade, colhidas a mão, e fermentadas com leveduras selecionadas. Após a fermentação, passa 6 meses em tanques de inox, antes de ser engarrafado.

2 de fevereiro de 2014

Herdade Paço do Conde Rosé 2012

Pela quantidade de vinhos portugueses que provo, dá pra reparar como me agradam, os tintos e brancos. Já com os rosés deles, não costumo me empolgar muito. É bem verdade que não provei tantos, até porque não é tão fácil encontrá-los por aqui (excetuando-se os Matheus e Lancers da vida...). Quando encontro um, é um regional alentejano. Tive uma boa surpresa com o Lima Mayer, mas em geral, não são os melhores rosés. Se por um lado, eles são secos, por outro, me parecem consistentemente um pouco alcoólicos demais.
Esta garrafa do Herdade Paço do Conde Rosé 2012 me foi recomendada como um vinho que não teria este defeito, afinal possui apenas 12,5% de álcool.
Ele possui cor de pomelo, aroma de frutas vermelhas, algo cítrico e amargo do pomelo, além de um toque de merengue, que se percebe quando está mais frio. Como está muito calor, comecei por prová-lo muito fresco, no balde com gelo. Porém, frio como ficou a princípio, não foi a melhor forma de servi-lo. Na boca, percebia-se bastante o amargor, e um pouco do álcool. Como esquentava rapidamente na taça, foi possível perceber que melhorava substancialmente com o aumento da temperatura. O amargor passava, o álcool passava a incomodar menos, mas ainda sobrava.
Não é ruim, mas não atendeu minha expectativa, principalmente quando eu esperava um vinho para ajudar a refrescar o calor, e para isso, ele não chega a ser uma boa opção. Por outro lado, a refeição veio ao resgate do vinho. Ele foi servido com umas bistecas grelhadas, temperadas com com salsa, alho e pimenta dedo de moça. A refeição, adequada para um vinho rosé como este, ajudou a amenizar a sobra do álcool.