16 de fevereiro de 2014

Surani Costarossa Primitivo di Manduria 2011

Eu havia provado este vinho em uma degustação promovida na Excelência Vinhos pela importadora Vínica. Fiquei encantado. Não era o que eu esperava de um Primitivo di Manduria, mas era muito redondo e saboroso; porém elegante, e não com a potência que se esperaria. Tinha que levar pra casa, ao menos uma garrafa.

Desde então, ela estava lá na adega, havia uns (poucos) meses. Dentre os vinhos tintos, ele estava entre as minhas prioridades, isto é, aqueles que eu queria tomar logo. Neste fim de semana, o momento adequado se apresentou. Thais estava doente, e queria comer um gnocchi. Mas fazer gnocchi é a especialidade dela, então eu liguei no restaurante, e pedi pra entregar. Casa italiana, especializada em massas. O escolhido era com molhos branco e sugo, com bacon e filé mignon picado à estrogonofe, coberto com queijo e, finalmente, gratinado. Um prato desses merecia um vinho à altura. Então, o abri.

Só que, infelizmente, o prato estava maaaomeno. Deu pra matar a fome. O que salvou foi o vinho. Demonstrou cor rubi de intensidade média, com algum reflexo violáceo. A paleta aromática é composta de frutas vermelhas maduras, frutas ressecadas (como tâmara e figos), especiarias - um toque de anis - e um tostado agradável, tendendo a chocolate. Ele tem taninos muito macios, doces, e o corpo chega a parecer leve, mas tem 14,5% de álcool, portanto, é a acidez que esconde o peso.

O vinho foi produzido pela vinícola Surani, na região da Puglia, no 'calcanhar da bota', na Itália. Numa pequena área do 'calcanhar', se localiza a denominação de origem Primitivo di Manduria, a única especializada na uva Primitivo. Os vinhos da D.O.C., normalmente, têm cor intensa, muita carga tânica, e nível alcoólico alto.

A propósito, o nome da uva não quer dizer que ela seja uma uva 'menos evoluída', e sim que ela atinge a maturação mais cedo que as outras. Só que no caso deste vinho, o produtor diz que deixa as uvas sobre-madurarem no pé, para resultar em um vinho mais alcoólico. Ele passa por maceração por 20 dias, com remontages diárias (veja Da vinificação), e termina a fermentação malolática em tanques de inox. Em seguida, passou 12 meses em barris e tonéis. Com uvas sobre-maduras, e fermentação malolática completa, é impressionante que este vinho ainda tenha tamanha acidez.

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