27 de julho de 2013

Wine Weekend 2013 - parte 1

Este foi um fim de semana prolongado de vinhos na cidade de São Paulo. A Feira Wine Weekend, organizada pela Vinho Magazine durou de quinta-feira a domingo, no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Eu passei por lá no sábado, para conferir. Gosto muito de ir a essas feiras, pois é uma oportunidade imensa de conhecer dezenas de rótulos, que muitas vezes custam muito mais caro do que o preço do ingresso. E frequentemente, encontro vinhos que me surpreendem.


Diferentemente de outros eventos em que já fui, este parecia muito mais focado na venda. Havia muito mais espaço para os produtores exibirem suas mercadorias; também haviam disponíveis carrinhos de compra, e muita gente enchendo estes carrinhos. Porém, a feira teve um grande defeito, que foi a falta de um fornecedor de água. Em provas de vinho, água é fundamental. Ficou difícil provar rótulo após rótulo, sem água constante para limpar a taça e o paladar. Ficou a cargo dos próprios expositores oferecer água ao público.

Provei espumantes de grande qualidade. Já rosés, nem tanto: procurei especificamente por eles, e somente um se destacou para mim. Também tive azar nos brancos, muito poucos passaram meu crivo. Comento neste texto a respeito desses 3 estilos, e deixo os tintos para o próximo.

Espumantes de alto nível

A Hedoniste é uma importadora especializada em Champagnes de alta gama. Na feira, tive a oportunidade de provar dois rótulos:
    Michel Arnoud & Fils Brut Tradition. Este é um Blanc de Noirs, já que o produtor Michel Arnoud cultiva exclusivamente Pinot Noir. Além disso, as uvas são provenientes de um vinhedo Grand Cru. Custa R$250,00.
    Franck Bonville Millésime 2005: o produtor Franck Bonville está localizado na Côte des Blancs, onde domina a Chardonnay. Além de ser um Blanc des Blancs Grand Cru, é safrado, o que só é feito nos melhores anos. Estas garrafas amadureceram sobre as borras por pelo menos 4 anos. Valor: R$350,00.
Estes Champagnes cheios de predicados mostravam ainda bastante crocância e vitalidade.

A importadora Sicilianess, por sua vez, é especializada na itália. Entre outros vinhos, ela trouxe um espumante de Franciacorta (Lombardia). Essa DOCG é a mais reputada de espumantes da Itália, e seus vinhos competem em nível de igualdade em degustações às cegas contra Champagnes.

    Le Marchesine Franciacorta Brut D.O.C.G. Este exemplar passa 25 meses em garrafa, em contato com as borras, para adquirir toda sua complexidade. Apresenta aromas evoluídos de brioche e mel, além de notas de frutas maduras. Custa R$159,00. Mais evoluído, acho que está mais pronto que os Champagnes. Foi o meu favorito, e o mais barato.

Uma surpresa entre os rosés

No que se refere a rosés, gosto do estilo da Provence, com sua cor elegante de intensidade mais baixa. Porém, salvo raras exceções, são vinhos com vida curta: devem ser consumidos o mais jovens possível. Infelizmente, como a saída destes vinhos é muito baixa, é comum importadores ficarem com garrafas encalhadas, que podem até estragar a reputação dos vinhos. Os rosés da Provence estavam todos nessa situação. Sendo assim, o melhor da feira foi um português.
    Lima Mayer Rosé 2010, vinho regional Alentejano, feito das castas Aragonês e Syrah. Eu não costumo ter muita afeição por vinhos rosés de cor muito carregada, mas ele me impressionou. É seco, com uma pontinha de açúcar. Aroma com muitas frutas vermelhas, mas com um interessante final tostado. A julgar pela idade (3 anos costuma ser muito para rosés), parece que evoluiu com o tempo!

Brancos

Um dos poucos brancos legais que conheci foi um Rueda, importado pela Cultvinho:
    Valdelainos Verdejo 2011, D.O. Rueda, de Bodegas Pedro Escudero. 100% Verdejo, passa por maceração carbônica, para dar um vinho branco encorpado. Possui nariz fresco, com frutas e ervas. O estoque desta safra está no fim, tanto que já nem é exibido no site da importadora. Mas eles têm as últimas garrafas, e é possível comprá-las por telefone (o preço normal é R$73,00). A safra nova, por sua vez, deve chegar no final do ano.


Mas o melhor branco da feira foi o Riesling trocken 2011, do produtor Weingut Heinz Pfaffmann, trazido pela importadora Weinkeller. Escrevi minhas notas sobre ele aqui.

(Continua: Wine Weekend 2013 - parte 2)

2 comentários:

  1. Mano, você podia fazer um calendário de eventos que valem a pena ir.

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    1. Olá,

      obrigado pela sugestão.

      Atualmente, publico os eventos de que tenho notícia (principalmente de Campinas) no calendário do Google, que pode ser visto no rodapé da coluna à direita. Você pode adicioná-lo ao seu próprio calendário, para acompanhar as atualizações.

      Também pretendo começar a divulgar eventos com mais freqüência pelo Facebook: https://www.facebook.com/SobreVinhoseAfins.

      Um abraço.

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