3 de julho de 2014

Sobre vinhos na Provence: Château de Crémat Rouge 2010

Hospedados em um apartamento alugado em Aix-en-Provence, temos a oportunidade de fazer algumas refeições em casa, o que além de ser mais barato do que só comer em restaurantes, permite explorar os mercados e supermercados do lugar, o que permite uma imersão maior na cultura local.

Na última ida ao mercado, encontramos uma peça de filet suculenta, enrolada com uma grande tira de bacon, e amarrada com barbantes. Obviamente, levamos. Em casa, fizemos alguns furos para inserir dentes de alho, e deixamos marinando em sal com vinho tinto, por um dia. Na noite do dia seguinte, tiramos da marinada, selamos a carne em uma frigideira, e depois colocamos para assar, com a peça toda envolta em papel alumínio. Após o tempo de cozimento, tiramos o papel para dourar a peça. O resultado foi essa belezinha abaixo.


Uma bela peça de carne como essa é um boa oportunidade para tomarmos um tinto, para variar. Por isso, eu abri o Château de Crémat Rouge 2010. Eu tinha comprado a garrafa no próprio Château de Crémat, quando o visitei, no início da viagem. Um vinho diferenciado como esses, qual ocasião melhor para tomá-lo do que tomar com as pessoas mais importantes da vida, como seus pais e sua esposa? Melhor ainda saber que minha mãe, que não gosta muito de tintos, tinha aprovado este (na ocasião da visita ao produtor), então era a escolha perfeita.

É um vinho muito gostoso, de produção limitada, feito com uma variedade de uva rara (a Folle Noire), proveniente de colheita manual. Para o pessoal do sul da Provence (ou pelo menos para a funcionária do Château) é um vinho encorpado, potente. Bem, eles não estão acostumados com os argentinos e chilenos. Para mim, este é um vinho leve (no máximo, corpo médio) mas nem por isso, ruim. Aliás, com o calor do verão, até melhor que seja um pouco mais leve, mesmo. Os taninos são macios, e a acidez predomina, junto de aromas frutados, com um pequeno toque de especiarias por causa do estágio em madeira. Caiu muito bem com a carne, com a noite com cara de fim de tarde, e agradou a todos.


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