21 de dezembro de 2014

Château de Bellet Baron G. Rosé 2013

Trouxe este vinho da minha última viagem à Provence, no último verão. O Baron G. Rosé 2103 foi produzido pelo Château de Bellet, na cidade de Nice, Côte d'Azur. Eu já havia provado um vinho branco deles (o Baron G. Blanc 2012), e aproveitei este final de ano, para tomar o rosé, na companhia dos meus pais.

AOP Bellet e o Château

Já comentei a respeito dos vinhos de Nice (clique aqui para reler), e da sua Apelação de Origem Bellet. Pois é, o Château de Bellet é tão importante que seu nome foi dado à AOP. Se até os anos 40, estes vinhedos plantados em encostas localizados nos subúrbios da cidade possuíam grande reputação, a pressão imobiliária e o custo de produção causaram a decadência, ao ponto de só restarem dois produtores, nos anos 1980 (um deles era, como se poderia imaginar, o Château de Bellet). Hoje, com a volta à valorização da produção de qualidade, a AOP voltou à moda, vários produtores voltaram a se estabelecer, e sua diminuta produção é disputada pelos restaurantes e caves locais, ao ponto de ser difícil encontrar seus vinhos fora dali. Não é raro contactar os menores produtores para uma prova, e saber que já não possuem estoque, pois venderam tudo.

A propriedade possui aproximadamente 13ha em altitudes que variam entre 200m e 300m. Ela esteve nas mãos da mesma família, dos Barões de Bellet, desde 1777. Em 2012, a propriedade adquiriu certificação de cultivo orgânico. No mesmo ano, as terras e a marca (mas não o castelo) foram vendidos a um grupo de investimentos[*]. Mesmo assim, o patriarca da família, Ghislain de Charnacé, mantém a posição de conselheiro, participando diretamente das decisões de produção.


O vinho

O Baron G. Rosé 2103 é muito distinto de um rosé típico da Provence. Para começar por características de produção: ele é feito com a uva Braquet, que é praticamente exclusiva dos vinhos de Bellet. Em segundo lugar, é um monovarietal, isto é, feito 100% com a mesma uva, algo muito pouco comum na Provence. Também na cor, aromas e paladar, é atípico. Ele tem cor cereja carregada, aromas adocicados, de balas de frutas vermelhas (ou daqueles palitos de alcaçuz vermelhos), e é mais encorpado, com acidez menos evidente.

Sinceramente, me decepcionei, não o achei tão saboroso. A minha sorte foi a harmonização, que veio a ajudar o vinho. O almoço foi lombo assado, servido com molho de goiabada com pimenta. Principalmente por causa do molho, a comida ajudou bastante o vinho, que caso contrário teria sido meio pesado e enjoativo.


Comparação com o Château de Crémat Rosé

O Château de Crémat é o outro dos dois mais tradicionais produtores de Bellet, e por isso, não posso deixar de comparar os vinhos dos dois. Conforme disse acima, o Bellet rosé 2013, mesmo sendo mais novo, é menos fresco, mais chato, e até adocicado demais. Em nada lembra a tipicidade da Provence.

O Crémat Rosé 2012, por sua vez, é um vinho distinto, no que se refere à sua qualidade, já que, diferentemente da regra geral da região, ele não é feito para se tomar o mais jovem possível. O Château o deixa amadurecendo por um ano, antes de ser vendido. Isso mostra que ele tem uma estrutura diferenciada. Mesmo assim, ele é muito fresco, muito saboroso, com cor e aromas típicos dos melhores rosés do mundo. O Château de Crémat é o meu favorito.






3 comentários:

  1. Jeremias - SC06 janeiro, 2015

    Tem receita do molho?

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    1. Olá Jeremias,

      a receita do molho foi tirada do programa da Rita Lobo. Eu peguei a descrição abaixo do blog dela.

      "é só bater no liquidificador 2 pimentas dedo-de-moça com 1 xícara (chá) de goiabada cremosa, ¼ de xícara (chá) de água e 1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco. Pra terminar, tempere com uma pitada de sal e pronto. Se não quiser tão picante, porém, tire as sementes da pimenta. Se não quiser tão cremoso, coloque mais água..."

      (link: http://panelinha.ig.com.br/site_novo/meuBlog/rita--2468)

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