28 de abril de 2013

Vinhos do Douro Superior

No texto Vinho e Sabores da Beira Interior, comentei sobre a marca Beyra, que vem a ser um projeto independente do enólogo Rui Roboredo Madeira. Porém este é apenas um dos projetos do enólogo. Além deste, ele também possui várias marcas de vinhos do Douro, agrupadas sob a empresa VDS - Vinhos do Douro Superior. E o stand da Beyra aproveitou para mostrar também os vinhos deste projeto.

Os vinhos Beyra, eu já descrevi nos textos anteriores (veja tintos e brancos). Mas o que o stand tinha a mostrar de melhor foram mesmo os vinhos do Douro Superior.

  • Quinta da Pedra Escrita 2011: é um vinho Regional Duriense, feito com as uvas Rabigato, Verdelho, Alvarinho, e um pouco de Viognier, plantadas na quinta de mesmo nome, localizada no Alto Douro a uma altitude de 575m sobre o nível do mar. O vinho foi fermentado em tonéis de madeira, e estagiou sobre as borras nos mesmos tonéis, com agitação regular das borras (batonnage). Muito mineral e com notas defumadas, mal se percebe a influência da madeira. É um vinho fresco, cítrico e com boa persistência.
  • Castello D'Alba Vinhas Velhas 2010, com vinhas de mais de 30 anos, exclusivamente da variedade Códega do Larinho. Também fermenta em madeira, e descansa sobre as borras com batonnage. Possui aromas de madeira mais evidentes que o anterior, ainda assim os aromas frutados - frutas exóticas frescas e maduras - se destacam. E aparenta ter mais corpo que o primeiro.
  • Castello D'Alba Vinhas Velhas Grande Reserva Tinto 2011: feito com uvas provenientes de vinhas velhas e misturadas. Tem Touriga Nacional, Tinta Roriz, Trincadeira, Tinta Francisca, Tinta Barroca, Souzão, e outras variedades não identificadas. Eu já comentei sobre o meu respeito por vinhos de vinhas misturadas (leia aqui). Além disso, este vinho passou 18 meses em barrica. No nariz se mesclam frutas maduras, menta, especiarias, e um leve tostado. É elegante, redondo, sem arestas.
  • Atalaya 2008: Touriga Nacional (66%), Souzão, Tinta Roriz, Touriga Franca. Após o corte, 65% do vinho passou 12 meses em barricas. Apresenta notas de fruta muito madura a uvas passas, e inclui especiarias doces. A boa acidez não deixa o aroma doce incomodar, resultando em um vinho fácil de se agradar.


Estes não são vinhos do dia-a-dia, e não creio que terão preços acessíveis ao consumidor médio, no mercado brasileiro. Em Portugal, estão entre €10 e €15, o que é um preço mais do que acessível, mas estimo que chegariam por aqui custando acima dos R$100. Para quem está disposto a pagar um pouco mais pela qualidade, ou para quem for de viagem a Portugal, valem o preço.

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