23 de abril de 2013

Vinhos portugueses com Rui Falcão


Esta terça-feira em Campinas foi uma noite de muito aprendizado sobre vinhos portugueses, em uma apresentação promovida em parceria da Viniportugal e da ABS Campinas SBSomm, e conduzida pelo crítico de vinhos Rui Falcão, autor do principal guia de Vinhos de Portugal.

Foi uma aula completa: começou falando sobre o que faz os vinhos de Portugal tão especiais, o que os distingue do restante do mundo, as castas, as tradições, o clima, a geografia. Na seqüência, Rui Falcão explicou cada uma das regiões do país, exemplificando cada uma com um vinho feito nela. Foram degustados 12 vinhos, ao todo, e abaixo comento os que mais me chamaram a atenção.

  • Alvarinho Deu La Deu Estagiado 2010: produzido pela Adega Cooperativa de Monção. Eu já havia provado o Alvarinho Deu La Deu, mas não sabia que existia uma versão com estágio em barricas de carvalho. Nem mesmo sabia que era permitido tal coisa na D.O.C. Vinhos Verdes. Este passou 4 meses em barricas novas. É um vinho agradável, mas em nada lembra em nada um Vinho Verde. Rui falou que só é produzida uma barrica por ano, o que resulta em menos de 300 garrafas. Ainda assim, encontra-se no portfólio da importadora Barrinhas.
  • Quinta do Cerrado Encruzado 2010, da região do Dão, um varietal feito da casta Encruzado. Vinho branco, de cor amarelo-palha, com aroma predominantemente frutado, com notas minerais e herbáceas (salsinha). Fresco, e com muita acidez, um vinho para se tomar à piscina. Pode ser encontrado na Adega Alentejana.
  • Quinta do Perdigão Touriga Nacional 2006, também do Dão, mas este é um tinto feito 100% com Touriga Nacional. O aroma é modesto, com notas florais e de chá-preto aparecendo sobre frutas frescas. Mas na análise gustativa, é uma pancada, com alta acidez e muito tanino. É bom como está, mas ficará melhor daqui a 20 anos. Também se encontra na Adega Alentejana.
  • Luis Pato Vinhas Velhas Branco: produtor mais famoso da região da Bairrada, Luis Pato produz este vinho branco majoritariamente de Bical, uma das uvas brancas de maior importância na região. É predominantemente frutado, com algum mineral, e herbáceo. Mesmo sem passar por madeira, o vinho apresenta uma sutil nota defumada. Bical é a única uva a fornecer este tipo de aroma. Vinho trazido ao Brasil pela Mistral.
  • Rol de Coisas Antigas 2009, do produtor Campolargo, um corte inusitado da região da Bairrada, incluindo Baga, mas também Castelão Nacional, Trincadeira da Bairrada, Bastardo, Souzão, Tinta Pinheira e Alfrocheiro. O produtor, tido como um historiador amador, garante que este era o corte típico dos vinhos da Bairrada alguns séculos atrás. Como ninguém pode provar o contrário, vale a palavra dele. Tem aroma de frutas maduras e violeta, alta acidez, mas o álcool (15,5%) domina. Passa 12 meses em carvalho usado. Também é trazido pela Mistral.

Para conhecer mais a respeito dos vinhos do país, leia os textos abaixo:

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