12 de dezembro de 2014

Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2011


Comprei esta garrafa de Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2011 por apenas R$35,00, na adega do Makro. Prometia ser uma barganha, pois encontro o mesmo vinho em uma loja perto de casa por R$70. Afinal, de vez em quando o Makro tem alguns vinhos interessantes, principalmente portugueses, a preços convidativos. Mas devo dizer que este me desapontou um pouco, eu esperava mais dele.

A Bacalhôa é uma grande empresa portuguesa; ela possui produção em várias regiões de Portugal, mas sua sede, a Quinta da Bacalhôa, se localiza na Península de Setúbal, no coração da região demarcada. Eu tive a honra de experimentar seu Moscatel Roxo 1998, que era um néctar dos deuses, espetacular.

É claro que eu não poderia esperar o mesmo deste, que é apenas o Moscatel de entrada da vinícola, mas mesmo comparando com outros similares de entrada, como o da Casa Ermelinda Freitas, ele deixa a desejar.

Ele não é ruim. Só não apresenta a mesma intensidade e o mesmo frescor de outros. Possui aromas de média intensidade, em que as notas de caramelo se sobrepõem aos aromas mais interessantes, florais e cítricos, típicos destes Moscatéis. Não chega a ser enjoativo, mas a acidez não teve o destaque esperado. E o final foi um tanto curto. Talvez esta garrafa especificamente tenha sido mal condicionada, e apresentava problema. Sei que não foi uma barganha.

O que é um Moscatel de Setúbal

É um vinho fortificado doce produzido em região demarcada, na península de Setúbal, ao sul da cidade de Lisboa. É, portanto, uma Denominação de Origem Protegida. Como define a DOP, ele é produzido com uvas do tipo Moscatel (utilizam-se Moscatel de Alexandria, ou Moscatel Roxo; não existe uma variedade chamada Moscatel de Setúbal). Para sua produção, a fermentação é interrompida com adição de aguardente vínica, depois o vinho é mantido em contato com as cascas durante alguns meses, e em seguida é colocado em pipas de carvalho usadas, para envelhecer, por um período mínimo de 2 anos.

O resultado é um vinho com alto teor de açúcar (normalmente acima de 200g/L, o dobro dos vinhos do Porto), mas com grande acidez para equilibrá-lo, e com aromas florais e cítricos (tipicamente casca de laranja cristalizada), típicos da variedade de uva, somado a notas tostadas (amêndoas torradas, caramelo), devido ao longo processo de maturação em carvalho.

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