19 de abril de 2014

Frango na Moranga e Terras do Demo Branco Superior 2008

Na minha última visita, minha mãe fez uma bela duma moranga (abóbora) recheada com frango e catupiry. A receita é do restaurante Xapuri, em Belo Horizonte. Quando meu irmão caçula era pequeno, sempre que a gente ia lá, tinha que pedir a moranga, por causa dele. (Filho caçula, mimaaaado...). Mas agora minha mãe aprendeu os macetes da receita, e faz lá no sítio, onde tem um forno bem grande pra caber uma moranga que serve 10 pessoas, com folga.

O preparo começa cortando a 'tampa' da moranga, e retirando o miolo com as sementes, mas deixando a polpa. Antes de rechear, ela a cozinhou previamente, para amolecê-la um pouco. Quanto tempo, ela não sabe dizer: ela enfia o garfo, e sente se está no ponto desejado. O objetivo é acelerar o cozimento no momento de assar, senão corre o risco de só ficar pronto na hora do jantar. Mas é necessário tomar cuidado para que não fique mole demais, o que a faria despedaçar, depois de assado. Enfim, na dúvida, cozinhe menos.

Em paralelo, finaliza-se o recheio, que ela fez de frango desfiado, com molho de tomate (feito com tomate pelado, em lata), requeijão cremoso, e temperos (alho, salsinha, sal). Enfim, coloca-se o recheio já cozido na moranga, coberto com requeijão Catupiri, e a coloca para assar, enquanto o tempero do recheio vai incorporando na polpa. E para dar uma cor mais brilhante à casca, passe um pouco de óleo. O resultado é essa belezinha, abaixo.


Me pareceu uma boa oportunidade para tomar o Terras do Demo Branco Superior 2008. É o terceiro vinho das Terras do Demo que tive a oportunidade de provar. E se o espumante cor de olhos de perdiz, e o tinto do Cinquentenário foram vinhos espetaculares, este não poderia ser diferente: só veio a confirmar a capacidade da Cooptávora de fazer vinhos marcantes.


Ele é feito com várias variedades brancas portuguesas (algumas com nomes estranhos, como Folgosão e Borrado de Mosca), de vinhas com mais de 25 anos, e com estágio em barrica (12 meses, segundo o importador). Apresenta boa dose de fruta, e o toque da madeira sem se sobrepor, dando personalidade. Um vinho de bom corpo, untuoso, com uma acidez que dá frescor, e longa persistência. Ele já tem 6 anos, e pela jovialidade, deve aguentar pelo menos mais 6. E ficou muito bom com a moranga. Deu até pra caprichar na pimenta, que a acidez do vinho deu conta.

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