23 de abril de 2014

5000 anos de vinho grego

(Mais Expovinis)


Logo em frente dos estandes da Provence estava a vinícola grega Cavino, representada pelo brasileiro Nicolas Gatos - que é consultor da empresa para América do sul - e pelo enólogo, grego, Stelios Tsiris.


Os vinhos da Cavino já são importados ao Brasil, pela Winelands, e tive a oportunidade de me encontrar pessoalmente pela primeira vez com o Fernando Zamboni. Ele me mostrou alguns dos próximos vinhos da Cavino que pretende trazer. Podem esperar por eles, talvez já este ano.

Mas comecemos pelo princípio. A Grécia tem muitas uvas autóctones, várias muito distintas umas das outras, com sabores muito particulares. Por isso, foquei minha prova nas uvas gregas. Ainda reservarei um texto específico sobre a Agiorgitiko e sua região Nemea. E já comentei sobre o vinho Patras e sua uva Roditis (reveja aqui).


Tendo dito isso, o primeiro que provei foi o Mantineia 2013, feito com a uva Moschofilero. Um vinho muito aromático, com um nariz muito doce, bem calda de abacaxi. Já na boca, muito seco, com aroma tendendo mais pra carambola, e um fundo perfumado do limão siciliano. Um vinho leve, para a piscina, com apenas 11,5% de álcool.

Em seguida fui para uma garrafa com rótulo completamente em grego. Chama-se Mega Spileo Branco 2012 (12,5% a.b.v.). É um corte de uvas Lagorthi e Assyrtiko. Me pareceu uma cor muita pálida, mas acho que foi por influência da luz, que estava forte no estande deles. Tinha aromas de frutas frescas, entre elas, distintamente de groselhas verdes (foto abaixo), e também de ervas aromáticas (como sálvia e tomilho). Foi o que eu mais gostei.

Foto obtida da Commons Wikimedia

Aproveitei para provar pela primeira vez um Retsina. É um vinho muito típico grego, em que se acrescenta resina de pinho. Eu provei com baixa expectativa, imaginando que seria muito intenso, com a resina dominando tudo, mas era até bem equilibrado. É muito seco, tem o aroma de pinheiro, claro, mas aparece bastante a fruta. Este vinho é pra tomar gelado, acompanhando um peixe na churrasqueira, temperado com ervas e limão siciliano. De preferência em um restaurante grego localizado em um penhasco à beira-mar.

Em seguida, provei o Atelier Branco 2013. Feito com Riesling e a autóctone Lagorthi, parecia um Gewürztraminer - com o aroma de lichia bem marcado - só que melhor, pois não era doce demais. O Fernando me falou que este é um dos vinhos que irá importar.

E por fim, um vinho de sobremesa, o Mavrodaphne Reserve. A fermentação é interrompida com adição de álcool, terminando em 15% de teor alcoólico. Em seguida, passa 7 anos envelhecendo em barris, em processo oxidativo, e mais 4 em garrafa, em processo redutivo. É um vinho de cor castanha, com aromas de amêndoas tostadas, avelãs e frutas passificadas (ameixa, figos).

Mega Spileo 2012

Fernando, traga mais vinhos gregos, que eles são muito bons!

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