15 de março de 2017

Sonoma de volta, com vinhos da Sardenha

Lembra do site Sonoma? Eu cheguei a comprar alguns vinhos deles, até que em 23 de abril do ano passado, recebi um email anunciando que estavam fechando as operações.

E em janeiro deste ano, recebi com surpresa uma oferta, anunciando que estavam de volta. O vinho do anúncio não me interessou, mas resolvi entrar no site para ver o que tinham no portfólio, e quando vi um Vermentino di Gallura; não resisti, e fiz uma compra.


Vermentino di Gallura

Eu tinha grande expectativa por ele, pois, conforme já comentei aqui, um casal de amigos visitou a Sardenha no ano passado, e voltou maravilhado pelo lugar; inclusive pelos vinhos. O que mais elogiaram foram os Vermentinos. E sobretudo, os di Gallura.

Vermentino é a principal variedade branca da Sardenha, e Gallura é sua expressão máxima. Não é à toa que esta região delimitada no norte da ilha, exclusiva de vinhos brancos, é a única da ilha a receber status DOCG. A Vermentino é cultivada em diversas regiões litorâneas do Mediterrâneo, mas os di Gallura conseguem atingir uma complexidade aromática que dificilmente conseguem em outras regiões.

Branu

O vinho que comprei era o Branu Vermentino di Gallura 2013, produzido pela vinícola Surrau. Uma propriedade com 50 hectares de vinhedos, todos localizados dentro da área delimitada da DOCG. Todos seus brancos são DOCG, mas também produzem tintos, espumantes e até vinhos doces.

Dos 3 brancos produzidos, Branu é o mais jovem, fermenta em tanques de inox e é engarrafado bem cedo - sem passagem em barrica, nem repouso com as borras - para conservar ao máximo seu frescor. Suas uvas provém do vinhedo de Chilvagghja, que circunda a vinícola, localizada a poucos quilômetros da costa, a 150 metros de altitude. Recebe ventos constantes do mar, que ajudam a manter as uvas sãs, e aportam uma salinidade aos vinhos.


Frutos do mar

Outro dia, a Thais fez uns camarões vermelhos graúdos, grelhados e envoltos em um pesto de coentro, castanha-do-Pará, pecorino e azeite. Ficou um espetáculo! Só que era almoço de plena quinta-feira, não dava para beber vinho, pois tinha que trabalhar à tarde... então, pedi-lhe que repetisse o prato em um fim de semana, para poder acompanhá-lo com o Vermentino.

Não deve ser mera coincidência que a Vermentino quase sempre é cultivada em regiões litorâneas. Seus vinhos, via de regra, são ótimos parceiros para frutos do mar. E este Branu não foi exceção. Sua boa acidez e salinidade casaram perfeitamente com o sabor do camarão e o frescor do coentro, enquanto seu volume de boca acima da média se equilibrava perfeitamente com o azeite do pesto.

O vinho era de 2013, ou seja, já estava razoavelmente rodado para um vinho a ser bebido jovem; e sua cor tendendo ao dourado mostrava a passagem do tempo. No entanto, evoluiu muito bem nesses 3 anos, mantendo o frescor e a fruta, ressaltando a sapidez, e evoluindo a paleta aromática com notas de mel, que até davam a impressão de um vinho com passagem por barrica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sintam-se livres para comentar, criticar, ou fazer perguntas. É possível comentar anonimamente, com perfil do Google, ou com qualquer uma das formas disponíveis abaixo. Caso prefiram, podem enviar uma mensagem privada para sobrevinhoseafins@gmail.com.