10 de março de 2020

Mega Spileo Grand Cave White 2016

Já comentei no blog a respeito de diversos vinhos da Cavino, e em especial dos vinhos do projeto Mega Spileo, em que a Cavino cultiva os vinhedos do milenar monastério que deu nome à linha de vinhos. Mas creio que faltava um texto dedicado ao Mega Spileo Grand Cave White 2016.

Eu o provei pela primeira vez (safra 2012), em 2014, no estande do produtor, na finada Expovinis (reveja, aqui). Foi um dos melhores vinhos brancos que provei deste produtor, mas demorou 4 anos para a Winelands importá-lo pela primeira vez (já na safra 2015, e com rótulo transliterado para o alfabeto ocidental). Depois, tomou mais quase 2 anos, para finalmente dedicar-lhe um texto. E o vinho, agora na safra de 2016, confirmou ser muito bom.


Os vinhedos do monastério se localizam a mais de 800m de altitude, na região de Achaia, nordeste do Peloponeso. Apesar de cercado de mar, o relevo montanhoso da península do Peloponeso garante um clima predominantemente continental, em que a altitude propicia noites frescas, que garantem uma maturação mais lenta, e por conseqüência, a manutenção da acidez.

Este vinho é um corte de Assyrtiko e Lagorthi. Assyrtiko é a variedade branca de maior reputação da Grécia. Ela atinge seu auge na ilha de Santorini, mas sua reputação faz com que seja cultivada em outras partes da Grécia. Ela gera um vinho encorpado, com capacidade de guarda, mas é capaz de reter acidez mesmo em climas quentes como o de Santorini. Já a Lagorthi é uma variedade rara, cultivada principalmente em Achaia. Gera vinhos com aromas cítricos, alta acidez, baixo teor alcoólico.

Apesar de o nome Lagorthi vir primeiro no rótulo, a Assyrtiko predomina, com 80% do corte. As uvas foram colhidas a mão, no início de outubro, e passaram por maceração pré-fermentativa por 4 horas. 20% fermentou em barricas de carvalho, e o restante, a baixa temperatura, em tanques de inox.

É um vinho fresco, em que predominam os aromas primários, mas ainda assim, com várias camadas, que vão se mostrando pouco a pouco. Ele tem cor verdeal, bem pálida, e um aroma que se intercala com nuances de groselhas verdes (tal como o da safra 2012), além de pêssego quase maduro, ervas aromáticas e limão siciliano. A madeira - discreta baunilha - só parece no retro-olfato. Tem corpo médio, com alta acidez, álcool discreto, e final de média duração.

Referências

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