1 de maio de 2016

The Old Dutch


Fazia anos que eu e Thais não íamos a Holambra. Então, há umas poucas semanas, vimos na TV um restaurante que nos despertou a curiosidade, e decidimos ir. Nos programamos para o feriado, chamamos uma amiga que topou ir com a gente, pus uns vinhos gelados em uma sacola térmica (a taxa de rolha é justa), e pegamos a estrada.

O restaurante se chama The Old Dutch, e foi fundado em 1989 por um imigrante holandês, que ainda segue no comando. A informação que tivemos era de um restaurante badalado, sempre lotado. Mas no dia que fomos, ponte de feriado, estava tranqüilo. O espaço do restaurante é bem maior do que eu pensava, e parece que foi crescendo aos poucos, fazendo um puxadinho aqui, outro ali, conseqüentemente tomando uma estrutura de vários ambientes.


Ao nos sentarmos, pedi um balde de gelo e taças, e abri um espumante Adolfo Lona, para bebericar junto do eigengebakken brood, o pão da casa servido com paté de alho. O pão é mesmo feito lá. É macio e saboroso, e pra melhorar chegou quentinho. É possível comprar para levar também, um pão que deve ter por volta de um quilo. Nós levamos um, eu congelei, e fui comendo no café da manhã durante uma semana.


O prato que nos chamou a atenção na TV foi o eisbein, o joelho de porco. O cardápio na Internet até me fez balançar por outras opções, mas eu fiquei pensando no joelho durante toda a estrada. Assim, terei que ir lá de novo, para provar outros pratos. Pedimos um joelho para dividir por três e - por gula - com um adicional de um kassler e uma lingüiça. Fora o adicional, o joelho já vem acompanhado de chucrute, um purê de batatas com pedaços de legumes, um purê de maçãs doce e temperado com canela - e que caia muito bem com o joelho - e, pra completar, uma porção de arroz com legumes e com caril. Tudo simples, gostoso, e farto. Eu comi muito mais do que devia, e o que sobrou, foi suficiente para dois jantarem.


Como a minha intenção era mesmo o joelho, não poderia ter escolhido outro vinho para tomarmos que não fosse um Riesling. Levei o Schloss Lieser Riesling Trocken 2014, da região do Mosel, e importado pela Weinkeller. A vinícola faz parte da VDP, a associação dos melhores produtores alemães, e ainda foi eleita no ano passado a melhor da Alemanha, por um guia do país. E portanto, eu não estava preparado pelo que estava por vir. Ele já se impõe de cara com uma potência aromática invejável, com muito petrolato, pêras e mel. E na boca, tinha ao mesmo tempo corpo um ponto acima dos Rieslings da mesma faixa de preço, e uma acidez brutal. Lendo posteriormente a ficha técnica no site do importador, vi que sua acidez é de 9,38g/L, realmente muito alta. Provavelmente eu o abri cedo demais, e ele deve evoluir por alguns anos, quando deve ficar espetacular. Mesmo assim, no dia já foi muito bom, e a gordura do joelho pedia mesmo acidez.


Mesmo com a refeição farta, todos queríamos um pedacinho da famosa torta de maçã de sobremesa, que de acordo com o restaurante é a receita da mãe do dono, que fazia todos os fins de semana quando ele era criança. Perguntei qual era o tamanho da fatia, e a atendente disse que pesava uns 200 gramas! Isso é quase uma refeição, então tivemos que rachar em três! O recheio caprichado leva muita maçã e também uvas passas e canela. Valeu a pena pedirmos um pedacinho!


É uma comida diferente - bom pra sair da rotina - mas principalmente, é gostosa e farta O atendimento não tem firulas, nem cerimônias: é simpático e atencioso. Além disso, a taxa de rolha é camarada, e eles não se importam em oferecer o serviço. Enfim, é uma ótima opção de passeio para quem é de Campinas, e quer fazer um programa diferente, aproveitando para passear na tranqüila cidade de Holambra.

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