30 de março de 2016

E. Guigal Saint-Joseph 2011


A Syrah é uma das variedades mais difundidas em todo o mundo, cultivada nos mais diversos climas, em quase todos os países produtores de vinho. Não obstante, sua região de referência permanece sendo o norte do vale do Rhône, na França, local de origem dessa variedade. Esta região, que se estende ao longo do rio de mesmo nome, entre as cidades de Vienne e Valence, possui no total pouco mais de 3500 hectares de vinhedos [*], divididos em 8 Apelações de Origem.

Uma dessas apelações é Saint-Joseph, que apesar de ser a segunda maior da região em área cultivada, é ofuscada pelos seus vizinhos mais exclusivos, e acusada de ter sido desvirtuada quando sua área autorizada foi expandida de 90ha para 1082ha, em 1994 [*]. No entanto, mesmo que seja menos famosa que seus vizinhos, não deve ser menosprezada: afinal, ainda é Rhône norte.

O produtor é a Maison E. Guigal, que foi fundada em 1946, e é uma das principais empresas do Rhône norte. Tem foco nas apelações de Côte-Rôtie e Condrieu, mas com forte atuação em todo o Rhône norte, num total de 60 hectares próprios, além de muitos contratos de longa duração com produtores de uvas locais. Hoje na terceira geração da família, a empresa goza de grande reputação em toda a sua gama de vinhos. Todas as uvas, próprias ou de terceiros, são cultivadas em modo orgânico, sem uso de pesticidas, e a empresa possui a própria tanoaria, onde produz todos os barris que utiliza [*]. Todos os seus vinhos são vinificados na vinícola em Ampuis (na Côte-Rôtie), o headquarter da empresa.

A Maison produz 3 vinhos em Saint-Joseph, sendo dois produzidos a partir de vinhedos específicos (lieu-dits), e este, um corte do restante das propriedades. O E. Guigal Saint Joseph 2011 é 100% Syrah, proveniente de uvas colhidas manualmente, de vinhas entre 20 e 50 anos de idade. A ficha técnica do vinho informa que a maioria das uvas é proveniente das comunas de Tournon, Mauves e Sarras, que fazem parte da área original da apelação, e ainda hoje é considerada a área mais nobre, em que as uvas estão plantadas em terraços às margens do rio, em solos de granito. A fermentação ocorreu em tanques de inox, e em seguida o vinho maturou em barris de segundo uso, por 24 meses.

Ele tinha cor rubi de intensidade média. Entre os aromas, predominavam notas de frutas vermelhas e tostado. No início, apareceram notas de couro e de vegetais, mas que se foram com o tempo, dando lugar a uma bala de menta. Na boca, bem equilibrado, os taninos de média intensidade e o álcool foram plenamente escoltados por uma boa acidez (média+). O sabor era mais intenso que os aromas da taça, e na boca predominou o tostado, com um final de média persistência.




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