4 de abril de 2016

Paella no sítio, e um rosé quase tinto


Em mais uma reunião temporã da Nossa Confraria (tivemos a agenda cheia, neste início de ano!), passamos um fim de semana na chácara de um dos confrades. Foi um fim de semana de muito sol e calor. No sábado, já chegamos acendendo a churrasqueira, aproveitamos muito a piscina, e fechamos a noite em uma pizzada, já que o sítio tem forno de pizza.

No domingo, acordamos com o mesmo sol, e depois de um digno café da manhã de sítio, com direito a pão caseiro e bolo de fubá, começamos os preparos para o almoço: uma riquíssima paella, com frutos do mar, frango e chorizo. Não teve coelho, porque a maioria das mulheres se recusaria a comer aquele 'bichinho tão fofinho...'. E também não teve mexilhões, porque o peixeiro da feira não tinha conseguido comprar nesse fim de semana.

Enquanto parte da turma ralava no preparo, a outra parte dava apoio moral. E juntos, íamos bebericando uns vinhos e uns mojitos.


Um dos vinhos de entrada foi o Adolfo Lona Demi-sec, que vem a ser uma proposta interessante de espumante feito de Moscatel. Em vez daquele mais tradicional no Brasil - estilo Asti, de uma só fermentação - que fica enjoativamente doce, o Adolfo Lona o faz com duas fermentações, no método Charmat, que resulta neste demi-sec. Fica menos doce, mas ainda com os aromas florais da Moscatel. Ótimo para aperitivo, e à beira da piscina.


Depois do espumante, tomamos um Vinho Verde, outro que tem tudo a ver com a piscina. Era o Estréia, que foi trazido junto a diversos outros Vinhos Verdes, na campanha de Páscoa do Pão de Açúcar. A campanha foi menor este ano, mas os preços parecem iguais aos do ano passado. Pra quem gosta de Vinhos Verdes, recomendo.


Paella

Para acompanhar a Paella, me ocorreu servir um rosé: Château de la Mallevieille Rosé 2012, da AOC Bergerac. Bergerac fica coladinha a Bordeaux, e utiliza as mesmas variedades. No caso deste rosé, era um corte de Merlot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. Achei que casaria com a paella, e deu muito certo a combinação. Todos adoraram.

Ele era um rosé mais encorpado, quase tinto. Sua cor cereja escura beirava o limite de ser considerada um rubi claro. Ele passou por maceração por 36 horas com as cascas - o que é um tempo mais longo que o normal para rosés - e por isso tinha essa cor mais intensa, como um clarete. Após a maceração, ele foi retirado do contato com as cascas, e vinificado como um vinho branco, a baixa temperatura.

Ele tinha aroma bem doce, de bala de framboesa e xarope de groselha. Já na boca, era seco, com acidez mediana, corpo médio, álcool equilibrado, sabor predominantemente frutado, e apenas uma pontinha vegetal da Cabernet Sauvignon, só perceptível na boca, e que até que caía bem com a paella. Apesar da cor quase tinta, não cheguei a perceber taninos no vinho, e não teve nenhum conflito com os frutos do mar. Foi uma ótima pedida!


Para finalizar o banquete, tivemos pudim de leite condensado, e chocolates suíços (não, não era Lindt, era Läderach) - um com pimenta rosa, e outro com pimenta chili - e um vinho do Porto. E voltamos para a piscina.

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