27 de janeiro de 2018

Villa Francioni Chardonnay Lote II

De volta à casa após o recesso de fim de ano, a turma da Nossa Confraria não se aguentava de ansidedade de nos reunirmos novamente. Então, marcamos um jantar - mais uma vez no Restaurante D'Autore. Tomamos um monte de bons vinhos, mas o texto vem falar apenas de um, o Villa Francioni Chardonnay Lote II, levado por uma de nossas confreiras. Nem ela se lembrava onde e quando adquiriu ou ganhou aquela garrafa. Acontece que aquele branquinho já estava prestes a fazer 10 anos: uma informação bem discreta no contra-rótulo atesta que era da safra de 2008.


A Villa Francioni, localizada em São Joaquim, é uma das principais vinícolas da Serra Catarinense. Ela foi idealizada por Manoel Dilor Freitas, com o plantio dos primeiros vinhedos em 2001, e construção da adega em 2003. Infelizmente, Dilor Freitas faleceu em 2004, e hoje são seus filhos que tocam a empresa. O Villa Francioni Chardonnay Lote II foi produzido a partir de uvas próprias, do vinhedo plantado em 2001, na cidade de Bom Retiro, também na Serra Catarinense. Passou por fermentação alcoólica e malolática em barricas de carvalho francês novo, com adicionais 10 meses de estágio nas mesmas barricas, sur lie.

Ao tentar abrir a garrafa, a rolha não se salvou, e se pulverizou dentro do vinho, causando a necessidade de filtrá-lo e passá-lo a um decanter. Creio que nem os produtores apostariam que uma garrafa daquelas duraria tanto, já que em seu site, sugerem que este vinho deveria ser consumido entre 5 e 7 anos. Mas o danado estava tinindo!

Apesar da falta de luz do restaurante, dava para ver que o vinho tinha cor dourada intensa. O aroma também intenso trazia fruta muito madura, puxando pra geléia (abacaxi, physalys e damasco), bastante influência da barrica (coco, baunilha, tostado) mas sem ser enjoativo, além de mel e manteiga. Na boca, era bastante encorpado, untuoso, com álcool equilibrado, e uma bela acidez, que garantia um final longo e fresco, convidando ao próximo gole. Eu tenho uma fissura por acompanhar vinhos desse tipo com pratos a base de pato, e o cardápio do restaurante não me deixou na mão. Pedi uma sobrecoxa de pato confitada, guarnecida de um risoto de trufas extremamente aromático, e ficou perfeito com o vinho.


Eu já tenho ouvido diversos relatos a respeito da longevidade dos vinhos brasileiros; até já tomei alguns tintos que evoluíram muito bem. Mesmo assim, fiquei espantado em tomar um branco brasileiro com 10 anos em tão boas condições.

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