20 de janeiro de 2018

Viñedo de los Vientos Arneis/Chardonnay 2015

Conforme comentei no último texto do ano passado, a Wine fez uma série de promoções audaciosas em novembro, com algumas opções tentadoras. Uma delas foi a campanha "leve 6, pague 3", em que o vinho Viñedo de los Vientos Arneis/Chardonnay 2015 saiu por R$34 a garrafa. É uma barganha, pois este vinho certamente entrega muito mais do que isso.


Viñedo de los Vientos é uma pequena vinícola bem conceituada, localizada próxima ao litoral do Uruguai, a meio caminho entre Montevidéu e Punta del Este, de cara para o Oceano Atlântico. O vento vindo do mar dita o clima dos vinhedos, e inspira o nome e os rótulos a vinícola, baseados na mitologia grega. No caso deste vinho, creio eu, a imagem retrata o deus Bóreas, que representa o vento norte, frio violento, abduzindo Orítia, filha do rei de Atenas.

A vinícola pertence a Pablo Fallabrino, que herdou os vinhedos fundados pelo avô, e desde 1997 produz sob marca própria. O avô, imigrante de origem do Piemonte, já tentava cultivar no Uruguai variedades de sua região de origem; e Pablo segue o mesmo caminho. Este vinho, por exemplo, é um corte da conhecida Chardonnay com uma variedade piemontesa chamada Arneis. Foi a primeira vez que provei um vinho com essa uva. As descrições na Internet dizem que ela gera vinhos com bom corpo, aromas florais, mas tem dificuldade de manter um bom nível de acidez.

O corte é composto de 60% Arneis e 40% Chardonnay. Foram fermentados em tanques de inox, e em seguida, o vinho permaneceu 6 meses sur lies (isto é, com as borras), para aumentar complexidade e corpo. Na cor, o vinho era um amarelo tendendo ao dourado, de intensidade média/alta. Os aromas remetiam a frutas maduras, como abacaxi e nectarina, além de uma característica floral bem marcada, e toques de manteiga. Não sei se graças à Chardonnay, ou ao vento frio que vem do mar, mas ele não sofre com falta de acidez. Tinha corpo médio, com bom volume de boca, álcool bem discreto, sabor intenso, e acidez suficiente para lhe dar bastante vivacidade, sem esconder sua untuosidade.

Eu comprei uma caixa, e o provei em diversas ocasiões: acompanhando um espaguete com camarões, uma galinhada com pequi, ou mesmo um arroz Maria Isabel, e em todos os casos o vinho se saiu muito bem.

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