Sua cor intensa, lembrando toranja, já denunciava que deveria se tratar de um rosé mais encorpado, por isso, nem me importei muito que ainda não estava tão gelado, quando o abri. No nariz, ele lembrou um toque cítrico, mas o aroma predominante era de frutas vermelhas, como morangos, framboesas e groselha; e na boca, eram só frutas vermelhas.
Ao abrir, mesmo acima da temperatura da geladeira, estava perfeitamente equilibrado, com alta acidez, sem sobra de álcool, bom corpo e sensação levemente adocicada, mesmo sendo um vinho seco (inclusive pela rígida legislação brasileira). Minha impressão era que esse corpo e maciez eram causados por uma concentração acima da média de glicerol - açúcar complexo, presente nas uvas, e que normalmente não é fermentado. Além disso, era possível perceber uma leve adstringência, corroborando as opiniões de que a Gaglioppo tem taninos intensos (uma dúvida que o vinho anterior me havia deixado).
Como era uma noite fresca, não me preocupei em mantê-lo em balde de gelo. Mas mesmo esquentando ligeiramente, ele não perdeu o equilíbrio e a boa acidez, permanecendo agradável por todo o tempo. Ele ainda acompanhou muito bem um sanduíche despretensioso, com ovo frito e carne de panela. Ótima pedida para uma segunda-feira.
Ambos vinhos de Cirò estão disponíveis no Vinhosite.
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