30 de janeiro de 2017

Em Portugal, o espumante é bruto


Quando mandei mensagem no grupo que levaria um espumante português bruto, um dos meus amigos achou que fosse uma falha de corretor ortográfico. Mas não, em Portugal, brut, eles traduzem para 'bruto', mesmo. O espumante no caso era o Quinta da Romeira Bruto 2012, que eu havia comprado na promoção de novembro, da Wine (a mesma ocasião em que comprei os de Limoux).

A Quinta onde é produzido data de 1703, e engloba um total de 130 hectares, na região de Bucelas. É provavelmente o maior produtor dessa pequenina DOC, localizada nos arredores de Lisboa, e dedicada a vinhos brancos da casta Arinto. Aliás, foi com esta garrafa que fiquei sabendo que a DOC também englobava espumantes, contanto que seja feito de Arinto. Esta casta é a variedade branca mais difundida de Portugal, sendo cultivada em toda parte, até nas ilhas. Mostra nos Vinhos Verdes a vocação de gerar vinhos frescos, com excelente acidez; mas em Bucelas, mostra seu outro lado, sua capacidade de gerar vinhos estruturados e complexos.

Este espumante estava na mesma situação que aqueles de Limoux: a rolha saiu sem se expandir, o que era sinal de que não deveria mais ser guardado; mas ainda em boas condições. De cor dourada intensa, mostrou seu lado bruto, característico dos espumantes portugueses, que geralmente são mais encorpados, e com aromas remetendo mais às leveduras que às frutas. Mas tinha uma acidez adequada, aroma de frutas de caroço bem maduras, em segundo plano, e um final que prolongava os aromas de pão tostado. Valeu a pena, e compraria de novo, mas por hora, acabou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sintam-se livres para comentar, criticar, ou fazer perguntas. É possível comentar anonimamente, com perfil do Google, ou com qualquer uma das formas disponíveis abaixo. Caso prefiram, podem enviar uma mensagem privada para sobrevinhoseafins@gmail.com.