31 de janeiro de 2013

Tsantali Rapsani 2009

Mais um vinho da vinícola Tsantali, e também no Carrefour, a R$25,69. Como eu gostei muito do vinho doce Cellar Reserve, resolvi provar este também.

A Tsantali é a maior exportadora de vinhos, com vinhedos e centros de vinificação espalhados em diversas regiões do país, apesar de mais concentrados na região norte. Ainda assim, é uma empresa familiar, de pouco mais de 120 anos, e atualmente na terceira geração.

Rapsani é uma pequeno município localizado aos pés do Monte Olimpo; também é o nome da vinícola, que em 1991 foi adquirida pela Tsantali. E ainda por cima, é uma Denominação de Origem Protegida. A A.O.P. Rapsani regula a produção de vinhos tintos, que devem ser produzidos em um corte de 3 variedades autóctones: Xinomavro, Krassato e Stavroto. A Xinomavro é uma das uvas tintas mais difundidas pelo norte da Grécia, e fornece estrutura, e acidez ao vinho (xino significa azedo, e mavro significa negro). Já as outras duas são utilizadas unicamente na região de Rapsani, e são mais ricas em álcool e taninos, e têm média acidez.

A altitude dos vinhedos varia de 250m a 800m sobre o nível do mar, e os solos são cobertos de xisto, com sub-solo arenoso-argiloso. A água de degelo do Monte Olimpo ameniza o calor do verão, contribuindo para o aumento do tempo de amadurecimento, e a colheita normalmente começa no fim do mês de setembro.


O Tsantali Rapsani 2009 é feito em quantidades iguais das três variedades, que são vinificadas juntas (o que está na moda chamar de co-fermentação). O vinho passa 6 meses em cascos de carvalho, sendo 50% primeiro uso, e o restante de segundo e terceiro usos. Após engarrafado, o vinho ainda descansa por mais 6 meses.

Em um primeiro momento, ele não me convenceu, mas me surpreendeu com o tempo. Logo ao abrir a garrafa, o álcool sobrava um pouquinho, os taninos causavam um pouco de amargor. Os primeiros aromas revelados foram de frutas vermelhas, um leve tostado, tendendo a coco queimado, e madeira verde. Mas era possível perceber desde o princípio que a acidez era boa. Deixei o vinho aerar - na garrafa, mesmo - e com o tempo ele foi revelando sua qualidade. O álcool perdeu um pouco da potência, o amargor passou, assim como o excesso de aroma vegetal, revelando posteriormente notas tostadas de chocolate, especiarias doces, e ao final, até um mentolado apareceu. Além disso, mostrou boa persistência aromática. Muito bom custo-benefício.

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