12 de julho de 2019

Colle Maggio Montepulciano d'Abruzzo Riserva 2013

Nesse fim de semana da friaca, eu e Thais fomos almoçar com um amigo no Lume. Eu queria aproveitar o período de friagem, para tomar um tinto; mas considerando o cardápio do restaurante, quis evitar um muito encorpado. Acabei optando pelo Colle Maggio Montepulciano d'Abruzzo Riserva 2013, que recebi da Winelands.


O vinho é produzido pela vinícola Torre Zambra, fundada em 1961, na região de Abruzzo, costa leste da Itália. Colle Maggio é o nome do vinhedo, localizado em uma encosta suave, com exposição a sudeste. A Montepulciano é conhecida por sua produtividade, que deve ser controlada, para poder fazer vinhos de categoria superior. As uvas são colhidas em meados de outubro, e fermentam em tanques de inox, com uma longa maceração, de 45 dias. Após a fermentação, estagia por 1 ano em tanques de cimento, posterior 20 meses em pequenos tonéis, e 6 meses em garrafa.

Eu ainda não o conhecia, mas esperava um vinho de qualidade superior, considerando seu preço, e o fato de ser um Riserva - que exige um estágio mínimo de 3 anos - e ele ainda assim nos surpreendeu. Tinha cor rubi, de intensidade média/alta, e brilhante. O aroma intenso, trazia frutas negras maduras (cerejas negras, amoras), tostado, especiarias doces (alcaçuz), e leves notas de evolução, como balsâmico, bolo de frutas (tipo esse aqui), e baú. Tinha corpo médio, acidez média/alta, taninos de intensidade média/alta, e bem macios (típico da Montepulciano), álcool discreto, e final persistente. De acordo com o produtor, ainda poderia ser guardado por mais uma boa década. Mas já está excelente, agora.

Quanto aos pratos, já fazia algum tempo que eu queria provar o pato confitado, que já me havia sido bem recomendado. Eu normalmente prefiro acompanhar diversas preparações de pato com um vinho branco encorpado. A carne do pato tem um sabor um pouco mais forte, mas não tanto para fazer frente a tintos muito adstringentes. Mas, considerando o frio, resolvi dar uma chance à tradição da Gasconha (onde acompanham pato com Tannats super tânicos, coitado do pato) - e confirmei a escolha.


Apesar de o prato estar saboroso, e do vinho estar delicioso, não deu outra: o vinho passou por cima. Mas não tem problema, nada que um gole de água com gás, para limpar o palato, e poder sentir o sabor do pato. De qualquer maneira, foi um belo almoço, bom vinho, boa comida, e boa companhia.

2 comentários:

  1. Fiquei curiosa com esse aroma "baú".

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    1. É um aroma de vinhos tintos mais velhos. Para mim, remete a um baú que ficou fechado por muito tempo, desenvolveu um certo aroma mofado. Mas mofo soa pejorativo, o aroma de baú soa mais prazeroso. ;)

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