7 de setembro de 2016

Trem doidimais, sô!


Certamente, faz tempo que conheço as cervejas da Bäcker; e com alguma freqüência, quando volto de BH, eu paro no quiosque deles, no aeroporto de Confins. No entanto, eu ainda não tinha ido ao bar anexo à cervejaria (que eles chamam de Templo Cervejeiro); e já não era de hoje que um primo meu falava que queria me levar lá. E dessa vez, finalmente rolou: fomos, eu, esse primo, e um de meus irmãos.

Fomos em uma quarta-feira, dia de movimento tranqüilo, pois sexta e sábado dizem que lota. Aproveitando a disponibilidade de várias versões diferentes em chope, demos preferência a eles. A tradicional Bäcker trigo e a Medieval, eu já conhecia; mas cheguei à conclusão que na versão on tap, são mais gostosas. Eu pedi ainda uma chamada Diabolique, uma IPA feita com limão capeta: cheirosinha, cítrica, e com alto amargor do lúpulo. Pro meu gosto, poderia ter um pouquinho menos amargor - não sou adepto do 'quanto mais melhor' - mas não é nada que comprometa.


O cardápio de tira-gostos dava água na boca. Pra começar, pedimos uma lingüiça apimentada, acompanhada de batatas com chimichurri. Muito boa, mas não sei se era só por causa da lingüiça, ou se foram os molhos disponíveis à mesa, mas , passei apertado com a pimenta, e tive que pedir uma porção de pães para me socorrer. Veio, então, uma tábua com três tipos de pães, e uma cabeça de alho assada pra complementar. Os pães me salvaram, e ainda fiquei vidrado no pão cervejeiro, que o garçom falou que é feito com o mosto da cerveja. O problema foi que, com uma porção de lingüiça e batatinhas e uma de pães, já não demos conta de comer mais nada.


Mas continuamos na cerveja, provando as curiosidades da casa. E querendo provar coisas diferentes, criamos coragem, pra pedir uma garrafa da Bäcker Reserva do Proprietário: uma cerveja descrita como sendo do estilo old ale, envelhecida por um ano em barris de carvalho. Custa R$70 uma garrafa (600mL), mas ôu, que trem doido, véi! Cerveja escura, e apesar da pouca luminosidade, parecia um pouco turva, e praticamente sem creme. O aroma era levemente avinagrado e oxidado, como uma sour beer, e também ligeiramente adocicado, mas não lembrava malte. Tinha também forte presença de tostados de barrica, lembrando chocolate amargo e coco queimado. Na boca, também tendia mais para o lado do vinho do que das cervejas, com a acidez do vinagrinho, e sem amargor de lúpulo. Tinha uma sensação de leveza, descia muito fácil, mesmo com teor alcoólico de 10,5% (mais uma vez, quase um vinho).


Te falar, que fiquei de cara com essa cerveja, não pus fé que ia ser tão boa assim, não. Gostei tanto, que trouxe pra casa duas garrafas. E outra, gostei demais do lugar, certamente quero voltar lá, e experimentar outros petiscos.

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