21 de julho de 2016

De volta ao Tomyam

Dia desses, eu e Thais saímos para comer fora numa noite a dois. O destino escolhido foi o Tomyam, restaurante de culinária tailandesa, em Campinas. Já havíamos ido várias vezes, e sempre gostamos, mas - nem sei bem porquê - ficamos um longo tempo sem lembrar de voltar lá. O longo hiato foi interrompido por um jantar da ABS Campinas SBSomm, ocorrido há dois meses.


Como o restaurante é amigo da ABS, levamos nosso próprio vinho: Gries Gewürztraminer 2013, um alemão do portfólio da Weinkeller. Apesar de ser um pouco mais seco que outros Gewürz, ele ainda tem uma certa doçura, boa acidez, é aromático, e não é alcoólico: quatro atributos ideais para um vinho se sair bem com a culinária do sudeste asiático: aromática, picante e com elementos agridoces.


Nós começamos pedindo os rolinhos primavera, que fizeram sucesso no evento da ABS. A versão do restaurante vem coberta com uma geléia de abacaxi com pimenta, picante e agridoce, que se contrapõe à crocância da massa frita. Ótima combinação, e deliciosa geléia. Na seqüência, pedimos uma porção de Koh Hon Pha, que são camarões recheados de elementos adocicados, envolta na massa de harumaki, e também acompanhava a geléia de abacaxi com pimenta.


A gente exagerou um pouco com a quantidade de entradas, mas eu fiz questão de ainda pedir uma sopa, porque eu adoro as sopas deles. Desta vez, pedi a tom yam, que dá nome ao restaurante. Das outras vezes, vinha em uma cumbuca individual, mas dessa vez foi mais legal, pois veio em uma vasilha maior, e duas cumbuquinhas pequenas para nos servirmos. E quando eu tomei a primeira colherada, meus olhos se encheram de lágrimas. É que o caldo ardente foi direto na garganta. Mas estava uma delícia, com uns belos camarões, tomates, cogumelos shitaki, capim cidreira, sementes de gergelim, e muita pimenta. Várias colheradas causaram a mesma emoção da primeira, mas nem por isso eu queria parar de comer, porque estava deliciosa. E para acalmar o ardume, vários goles de água, e alguns de vinho.


E se já estava no inferno, melhor era abraçar o capeta de uma vez. De prato principal, eu escolhi o curry verde, que segundo explicou o garçom, era o mais picante dos três (verde, amarelo e vermelho). O curry é preparado com leite de coco, camarões, folhas de capim cidreira e lima kaffir, e à parte vinha o arroz thai jasmine, e umas fatias de manga. Estava divino (e infernal ao mesmo tempo?!?) um sabor delicioso, que só parei de comer quando acabou. No fim, me pareceu menos apimentado que a sopa (não estou reclamando, é só uma constatação!), um pouco pelo leite de coco, que imagino tenha suavizado o ardume; e outro tanto pelo arroz e manga, que estavam ali para isso.


A Thais foi menos abusada, e de prato principal pediu o pad thai, um prato feito na wok com talharim de arroz, legumes, camarão, castanhas de caju e amendoins, e um nível mais leve de pimenta. Era um dos pratos que a gente pedia com freqüência, e continua uma delícia - eu provei - mas não trocaria o curry por ele.


O vinho foi ideal para as entradas fritas, ficou ótimo com o pad thai, muito bom com o curry. Só não deu conta da potência de sabor da sopa, que talvez pedisse algo ainda mais leve e doce. E quando acabou o vinho, a boca ainda ardia à pimenta, então a Thais teve a idéia de pedir um sorvete de iogurte com calda de amoras, que fechou com chave de ouro o jantar.


De agora em diante, não vamos mais passar tanto tempo sem voltar lá.

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