8 de setembro de 2015

Cennatoio Vin Santo del Chianti Classico 1999

Quando vou a BH, gosto de ir ao Supernosso. Sempre acho coisas interessantes por lá. Alguns vinhos diferentes, e em alguns casos, vinhos muito bons com preços muito acessíveis. Desta vez, além de algumas opções já bem conhecidas, encontrei duas novidades da Toscana, ou mais especificamente, de Chianti. O outro, eu comentei no texto passado: Popolo Chianti Classico 2011, a R$29,90, que acompanhou com perfeição um risoto e um filé.

E este, o Cennatoio Vin Santo del Chianti Classico 1999, um vinho de sobremesa, estava com um preço igualmente incrível, desses de se desconfiar: R$39,90. Mais uma vez, achei que valia a pena arriscar. E foi mais uma aposta certeira! Ele não é um vinho tão doce (a ficha do produtor o descreve como um vinho de sobremesa seco), tem uma acidez equilibrada e gostosa que dá vontade de tomar mais, em seu aroma predominam frutas secas, tanto damascos e figos secos, assim como amêndoas torradas e avelãs.

Eu o servi com queijo gorgonzola e geléias, que é sempre a combinação que me vem à cabeça quando penso em Vin Santo, porque assim me foi servido na primeira vez que provei deste vinho, em um restaurante idílico, nas estradas de Chianti. É uma combinação sem erro!


O que é o Vin Santo

O Vin Santo, um vinho tradicionalíssimo da Toscana, é um vinho licoroso feito com uvas passificadas. No caso deste, que é classificado pela DOC Vin Santo del Chianti Classico, é feito de uvas brancas, dos tipos Trebbiano e Malvasia. Elas são normalmente colhidas entre fim de setembro e primeiros dias de outubro, e os cachos são colocados para secar em um galpão coberto, mas arejado. Os cachos permanecem secando até o princípio de janeiro, quando são prensados. O suco que escorre desta prensagem é denso, viscoso, dada a alta concentração de açúcar (o mosto tem 31% de concentração, de acordo com a ficha técnica). Após a prensagem, o mosto é acondicionado em barris típicos da Toscana, denominados caratelli, onde fermenta e permanece por um longo período. Ele fermenta naturalmente (sem adição de álcool) e consegue atingir 16,5% de teor alcoólico, e ao longo dos anos passa pela ação do tempo e do oxigênio, que lhe conferem seu sabor característico.

O período mínimo de envelhecimento, definido por lei, é de 3 anos, mas no caso deste, ele permanece entre 10 e 12 anos nos caratelli, antes de ser engarrafado. Ou seja, se você achou que um vinho de 1999 poderia significar que é um vinho velho, que o supermercado estava desovando, não é o caso. Ele ficou até 2012 em barris, quando foi engarrafado, e permaneceu mais 12 meses em garrafa, antes de ser colocado a venda. Ele foi produzido pela Cennatoio, uma propriedade agrícola de 10 hectares em Panzano in Chianti, dirigida por Leandro Alessi e sua mulher, desde 1970.

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