22 de maio de 2013

Winelands: vinhos exóticos


Acho que encontrei o clube de vinhos que estava procurando: Winelands. Tomei conhecimento dele no blog do Daniel Perches (Vinhos de Corte). Era vinho branco da Hungria, espumante da Eslovênia, vinhos búlgaros... fui ao site da empresa, conferir!

Além de muito vinho de países exóticos, isto é, destes cujos vinhos raramente vemos aqui, há muitos feitos de uvas diferentes também. E para melhorar, todos os meses sempre tem tintos, brancos, espumantes e rosés. E para quem não gosta de algum estilo, basta selecionar, no site, quais os tipos prefere receber.

Eu fiquei com água na boca pelos vinhos de meses anteriores, que já haviam sido entregues! Então, entrei em contato, e resultado: nos primeiros 3 meses, recebi só dos vinhos 'antigos', que eles ainda tinham em estoque. Segue a lista dos vinhos exóticos:

Grécia

Foram três vinhos da mesma vinícola, a Mercouri Estate.
    Foloi IGP Peloponeso 2011, branco, 12,5% de álcool. Feito principalmente com casta Roditis, uma uva rosada, típica da Grécia. Ela foi vinificada sem maceração, para gerar este vinho branco, fresco, leve, e simples.
    Antares IGP Ilia 2008: é um tinto que passa 12 meses em barrica. Um corte de uma uva autóctone chamada Avgoustatis com a espanhola Monastrell. Elegante, de médio corpo, taninos muito macios e discretos, acidez e aromas de frutas ainda se destacam, somando-se a um tostado tendendo a chocolate, e retrogosto que trás um toque de folhas secas. Gostei muito.
    Domaine Mercuri IGP Letrini 2008: outro tinto que também passa 12 meses em carvalho, mas feito com castas diferentes: Mavrodaphne e Refosco, novamente uma grega e outra estrangeira. Gostei ainda mais deste. É equivalente em termos de corpo e taninos. Porém, é mais vivo, mais fresco, com a madeira um pouco mais sutil, e uma acidez que só dá vontade de beber mais.


Hungria

    Rajnai Rizling 2011, branco, produzido pela: Pannonhalmi Apátsági Pincészet (algo como Vinícola Abadia da Panônia). É mais frutado do que normalmente se espera de um Riesling, pois tem boa intensidade de aromas de pêra e cítricos. Ainda assim, oferece boa mineralidade, e uma acidez refrescante. Acompanhou muito bem a galinhada com farofa de banana. Pretendo pedir mais dele.
    Kekfrankos Balf Biodynamic 2009, tinto, do produtor Weninger Kft com a uva Blaufränkisch, comum na Europa Central (Áustria, Hungria, Eslováquia, Eslovênia, etc.). De acordo com o clube, passou 3 meses em contato com as leveduras, e mais 3 meses em barris de carvalho. Me conquistou pelo agradável aroma floral, que envolvia as notas frutadas. Um vinho leve que deve ser servido mais fresco (16ºC).
    Sopron Cuvée Biodynamic 2010, outro tinto, do mesmo produtor, porém este um corte Blaufränkisch e Merlot, e passa 12 meses em barrica, mais 6 meses em garrafa antes de ser comercializado. Estava no espectro oposto ao Balf, pois era mais encorpado, com acidez marcante, e o aroma predominante da madeira quase mascarava as notas de frutas. Achei melhor decantá-lo, o que corrigiu o (que pelo menos para mim era um) problema. O aroma de couro se dissipou, notas balsâmicas e de especiarias (cravo) integraram o conjunto, e a fruta apareceu mais.



Brasil


    Cattatini Peverella 2011: branco, produzido com uma uva rara, a Peverella, proveniente da região do Vêneto, Itália. Foi trazida para o Brasil pelos primeiros imigrantes, e hoje se extinguiu da região original. Ela dá ao vinho o aroma e a picância da pimenta-do-reino. O vinho passou 3 meses em barricas novas, de acordo com o clube. Tem cor amarelo-ouro, aromas predominantes de frutas excessivamente maduras, e o toque da pimenta-do-reino. Da madeira, percebemos um certo nível de baunilha, e alguma untuosidade. Não me conquistou, mas valeu pela experiência de conhecer uma uva nova.
    Villaggio Bassetti Rosé 2011. "Vinho de Altitude", de um pequeno produtor, a Villaggio Bassetti da região de São Joaquim, em Santa Catarina. É um rosé de visual bem claro, com aromas cítricos, frutas frescas, e notas florais. É seco, mas devia um pouco na acidez, possui um final de boca levemente amargo, e um pouquinho desbalanceado no álcool. Acho que já estava 'cansado'.

Bulgária

Os da Bulgária, eu ainda nem recebi: os estoques deles já tinham acabado quando me juntei ao clube, mas este providenciou a importação de outra remessa, devido ao sucesso. Eu aproveitei para pedir 2 garrafas, que devem chegar apenas no final de junho, ou início de julho. São os vinhos:
    LS Chardonnay Barrique 2010, produzido por Lovico Lozari JSC, fermentou e amadureceu em barricas de tosta leve, por 6 meses. É uma das linhas de alta gama do produtor, feito em quantidade limitada, e vendido em garrafas numeradas.
    Enira 2008, da Bessa Valley Winery, tinto feito com 48% de Merlot, 40% de Syrah e pequenas quantidades de Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, feito com uvas colhidas manualmente, com maceração pós-fermentativa seguida de fermentação malolática, e que por fim amadureceu 12 meses em barricas de segundo e terceiro usos. É um vinho com Indicação Geográfica de Procedência das Terras Baixas da Trácia.


Meu outro clube do vinho

Estou na Sociedade da Mesa há mais de um ano, e escrevi aqui as minhas impressões sobre os vinhos do clube. Também havia muita uva exótica, e alguns países exóticos (Romênia e Grécia). Mas eu sentia falta principalmente de uma maior freqüência de vinhos brancos. Por outro lado, a Sociedade da Mesa já me mandou vários vinhos de que gostei muito, então, pelo menos por enquanto, estou mantendo os dois.

Um comentário:

  1. Provei o Enira 2008. O vinho tem alto teor alcoólico (14,5%), mas o álcool não esquentou a boca, pois a acidez era bem destacada. Por outro lado, a sensação tátil predominante foi de untuosidade, disfarçando os taninos. Aromas de ameixas maduras, com uma boa dose de especiarias doces, toffe e tostados, resultando em um toque amadeirado mais complexo. Desceu como uma luva nesta noite fria.

    ResponderExcluir

Sintam-se livres para comentar, criticar, ou fazer perguntas. É possível comentar anonimamente, com perfil do Google, ou com qualquer uma das formas disponíveis abaixo. Caso prefiram, podem enviar uma mensagem privada para sobrevinhoseafins@gmail.com.