1 de janeiro de 2013

Retrospectiva Sociedade da Mesa - parte 2

(continuação...)

Castas pouco conhecidas

Durante este ano em que me associei ao clube, pude perceber uma grande variabilidade de castas, inclusive algumas pouco comuns em vinhos disponíveis no Brasil. Além do Verdejo e Monastrell espanhóis, recebi os seguintes vinhos:
  • Cuvée Prestige White 2010 (70% Roditis e 30% Moscofilero), e Saint George 2008, DOC Nemea, 100% Agiorgitiko, ambos da vinícola Skouras, na Grécia. O branco, agradável, fresco, e levemente frisante. O tinto, leve mas de cor intensa, predominantemente frutado e com taninos suaves.
  • Torre del Falco 2008, da bodega Torrevento, Itália, feito com a uva Nero di Troia. Logo que recebi, era um vinho muito duro, bem difícil de tomar. Guardei duas garrafas, e 11 meses depois abri mais uma, e estava muito melhor, mais redondo, e agradável.
  • Heuchelberg QBA Trocken 2009, um vinho tinto da Alemanha, da uva Dornfelder. Vinhos desta uva são normalmente duros, e rústicos. No entanto, isso não se verificou neste vinho. Além disso, foi classificado como semi-seco, pelo teor de açúcar, mas isso não se revela no paladar. Foi um vinho mais redondo e discreto do que eu estava esperando. Porém, eu teria ficado mais satisfeito se a seleção do mês fosse dividida entre ele e um branco alemão.
  • Nomad Fetească Neagră 2009, da Romênia. A uva Fetească Neagră é autóctone da região de Dealu Mare, e dificilmente encontrada fora de lá. Este chegou agora em dezembro, e ainda não abri.

Os outros vinhos

  • Vinha do Bispado 2010, da CARM, DOC Douro. De corpo leve, fácil de acompanhar uma refeição, predominantemente frutado, com boa acidez, e um toque balsâmico. No clube, veio em abril, por quase R$40,00. Em Belo Horizonte, neste fim de ano, o vi por R$23,90. Mas vale ressaltar que este foi o único caso em que encontrei o mesmo vinho no mercado brasileiro por um preço inferior ao do clube.
  • Casilda Gran Reserva 2009, das Bodegas y Viñedos de Aguirre, Chile, característico herbáceo da Cabernet Sauvignon e Carmenère, algo de pimenta e frutas vermelhas frescas, e muito aroma de madeira - 15 meses em carvalho novo. Um pouco de madeira demais, para o meu gosto.
  • Stone Road 2011, um varietal de Merlot da Louisvale Wines, da região de Stellenbosch, África do Sul. Neste caso, o uso exagerado da madeira escondeu completamente os aromas da uva.

Eu ainda suspendi a entrega várias vezes, algumas porque a descrição dos vinhos não me interessou, e outras porque já tinha muito vinho em casa, e queria baixar o estoque. Portanto a possibilidade de suspender a remessa quantas vezes quiser, que o clube oferece, é um diferencial para eu continuar nele.

Um problema da Sociedade da Mesa é que eles não são um site de venda de vinhos. Eventualmente, possuem garrafas extras, que podemos comprar em outra ocasião. No entanto, findo seu estoque, às vezes fica difícil encontrarmos mais de seus vinhos.

Além disso, o foco do clube é de vinhos tintos. Isso é um reflexo do mercado brasileiro, que tem certo preconceito contra brancos e rosés. Os poucos brancos que recebi do clube foram excelentes, e eu ficaria mais contente se, além da diversidade de uvas, houvesse também uma maior diversidade de tipos de vinhos.

Um comentário:

  1. Atualizando o post: eu já abri uma garrafa do Nomad, o vinho romeno. Ele tem corpo médio, com aroma elegante, predominantemente de tostado e chocolate, e notas de frutas negras maduras. Se o clima estiver quente, o álcool pode se sobressair um pouco. Melhor prová-lo em uma temperatura mais amena.

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