19 de março de 2018

Hugo Casanova Chardonnay Reserva 2015

Numa dessas noites quentes dos últimos dias, resolvi abrir um vinho branco, para ajudar a refrescar. Queria um branco leve e fresco; mas por incrível que pareça, eu não tinha nenhum assim naquele momento (já tinha tomados todos ao longo do verão). O mais próximo me parecia ser o Hugo Casanova Chardonnay Reserva 2015 - apesar de que eu ainda não o conhecia - e resolvi abrir pra ver.

Pesou a seu favor o fato de ser do Maule. Este vale tem atraído bastante atenção recentemente pelos seus vinhos tintos, principalmente Carignans de vinhas velhas (como os do projeto Vigno). Mas eu ainda não conhecia nenhum Chardonnay de lá, e fiquei curioso.


O vinho foi produzido pela Hugo Casanova, vinícola familiar cuja história remete ao final do Século XIX, época em que muitos viticultores europeus migraram para o Chile em busca de trabalho, enquanto a filoxera devastava os vinhedos europeus (veja a História do vinho chileno). Entre eles, estava Eliseu Casanova, que se radicou no Vale do Itata.

Em 1939, após ter suas terras desapropriadas pela reforma agrária, seu filho, Aldo Casanova, comprou a propriedade atual da família, no Vale do Maule. Somente em 1994 a vinícola começou a engarrafar com marca própria, nas mãos de Hugo Eliseo Casanova, que hoje administra a vinícola com o apoio de seu filho, Hugo Andres Casanova. Eles possuem 100 hectares próprios, e compram uvas de vizinhos [*].

Foi uma bela surpresa. Chardonnays Reservas costumam ser meio carregados na madeira e, além de enjoativos, costumam ser mais pesados. Mas não foi o caso desse. Com 6 meses em barrica, a madeira se faz presente de forma discreta, com notas de coco e manteiga e uma nuance de chocolate branco, mas a fruta - na forma de um abacaxi maduro sem excesso - se sobressaia. Tinha corpo médio, alta acidez, boa complexidade e intensidade aromática, e mesmo bem gelado, ele não perdia intensidade nem a sua bela acidez. A Thais até pediu pra encomendar mais dele! Ele é importado e vendido pelo Vinhosite.



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