24 de junho de 2017

RE Chardonnoir 2013

A produção vinícola do Chile é sem dúvida uma das mais vibrantes do mundo na atualidade; na última década o país vem brindando a nós consumidores com uma grande quantidade de iniciativas interessantes e criativas.

Uma delas são as Bodegas RE, o novo projeto da família Morandé. Pablo Morandé, o pai, foi o responsável por incluir o Vale de Casablanca no mapa vinícola chileno. Enquanto, trabalhava como enólogo para a Concha y Toro, recomendou à empresa o investimento em Casablanca. Como eles não tiveram interesse, Morandé decidiu ele mesmo investir, fundando a vinícola com seu nome, em 1996.

Em 2000, ele vendeu a vinícola para um grande grupo empresarial, mas permaneceu na empresa como enólogo. Porém, em 2008, decidiu REcomeçar tudo, nesse novo projeto, junto dos filhos (e desde 2012, é Pablo filho que está no comando da enologia). Com o slogan "REcrear, REinventar y REvelar", as Bodegas RE têm em seu portfólio diversos vinhos inusitados, feitos a partir de cortes pouco usuais, com técnicas ancestrais, e conhecimento moderno.


Um deles é o Chardonnoir 2013. Como o nome sugere, é um corte de Chardonnay com Pinot Noir, inspirado em Champagne, porém sem as bolhas. Ele fermenta e estagia com as borras em barris de carvalho de 600L, por quase dois anos (de acordo com o site do produtor).

Apesar de ser classificado como um vinho branco, sua cor não corresponde às tonalidades que costumamos encontrar nesses vinhos. Possui uma nuance rosada brilhante, que o produtor define como nacarado, ou seja, madrepérola. Não há definição melhor.

Seu aroma era bastante complexo, trazendo um toque de mel, flor de amendoeira, frutas de caroço, avelãs, e um pouco de maçã madura, numa vaga lembrança a um Jerez fino. Sua acidez me surpreendeu, era mais intensa do que eu esperava, mas não destoava: tinha um volume de boca tão grande quanto, associado a uma leve sapidez. O álcool era discreto, e o sabor intenso corroborava o nariz. O final era adequado, de média duração. Acompanhou com louvor uma frigideira de frutos do mar à espanhola do restaurante Idalvo's, com peixes e mariscos fritos em azeite e alho.


Pena que seja tão caro. Aqui no Brasil, custa proibitivos R$300. Lá no Chile, é possível comprar por aproximadamente R$120, um valor bem mais em conta.

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