21 de dezembro de 2016

Adolfo Lona Brut Nature Pas Dosé


Dentre os estilos de vinho, o espumante é o que tem mais sucesso no Brasil: tanto em qualidade dos produtos, quanto em aceitação do consumidor. É o que mais cresce em vendas, e já não é mais restrito ao brinde da virada do ano, acompanhando o consumidor brasileiro ao longo do calendário, da mesa à beira da piscina. Mas o espumante tem um apelo de festas, e portanto, o consumo aumenta nessa época.

Eu também tratei de fazer meu estoque para as festas de dezembro. E como considero o Adolfo Lona o melhor produtor nacional, seus espumantes compõem a maior parte. Desde que conheci os espumantes e o produtor no ano passado, já fiz algumas compras de caixa. Mas agora, ficou ainda mais fácil, pois descobri que o Vinhosite é o distribuidor oficial em Minas Gerais e tem preços competitivos para toda a linha (além de benefícios extras para quem é sócio do Vinhoclube). Sendo assim, juntei pedidos de amigos, e fiz uma grande compra, incluindo quase toda a linha. E as várias caixas de espumante chegaram rapidinho.

O Brut Rosé é o que eu normalmente mais compro. É sem dúvida o melhor Rosé Charmat nacional - e a melhor relação qualidade-preço (já comentei a seu respeito, aqui).


Mas dessa vez, resolvi diversificar um pouco minha compra, e comprei algumas garrafas do Adolfo Lona Brut Nature Pas Dosé. É feito pelo método tradicional (isto é, segunda fermentação em garrafa), permanecendo por 18 meses sobre as borras. Os termos Brut Nature e Pas Dosé - inclusos no nome - reforçam que não foi adicionado nenhum licor de expedição, ou seja, nenhum açúcar. No entanto, o espumante não é assim tão 'bruto'. Adolfo Lona preferiu conferir-lhe uma acidez um pouco mais baixa, para que ficasse mais macio, mais 'amável'. E para obter o resultado esperado, ele recorreu a um corte curioso, adicionando um pouco de vinho Merlot (vinificado 'em branco', isto é, sem cor).

Ele atingiu o resultado com louvor. É um espumante complexo, cheio de notas de panificação, com frutas de caroço maduras, um belo perlage, composto de bolhas bem finas e constantes, e muito macio em boca, com acidez equilibrada, e até parece ter uma sensação adocicada (que creio vir das leveduras que se dissolveram no líquido ao longo dos 18 meses).


Um espumante bom para quem quer algo complexo, sem desagradar os consumidores menos especializados; pode ser consumido por si só, em contemplação, ou eventos festivos; certamente acompanha diversos petiscos e tira-gostos, e tenho certeza que pode acompanhar uma refeição do início até o fim (exceto a sobremesa). Este é um dos mais caros do Adolfo Lona, mas qual espumante na faixa de R$70 pode entregar tanta qualidade quanto este?

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