14 de agosto de 2016

Um branco suíço para o Dia Nacional da Suíça

Primeiro de agosto* é um dia especial. É o Dia Nacional da Suíça, o dia em que se celebra a formação da Confederação Helvética, ou seja, a formação do país. Como era uma segunda-feira, decidimos celebrar em casa mesmo, com umas comidinhas e um vinho. Thais havia comprado um queijo brie, pão, umas fatias de atum defumado, além dos ingredientes para fazer um babaganoush. Somando-se a isso, já tínhamos uma geléia de abacaxi com pimenta, que ela tinha feito no fim de semana. Com isso, montamos nosso banquete do Dia Nacional Suíço.


E se na comida, não fizemos nenhum prato tipicamente suíço, pelo menos, escolhi um vinho de lá. Foi o Défi Blanc 2010, um corte de Moscatel e Pinot Gris, produzido no Cantão de Valais - a principal região produtora de vinhos do país. Foi a primeira vez que tive a oportunidade de provar um branco da Suíça.

O vinho é produzido pela Provins, uma cooperativa, e um dos maiores produtores do país. Eu já havia tomado dois vinhos da empresa, em 2013, da linha (Maître de Chais). Eram dois vinhos tintos bem interessantes, e ainda guardo a terceira garrafa na adega.

Como um grande produtor, a Provins possui uma longa lista de rótulos diferentes, divididos em diversas linhas. E o vinho desta ocasião - o branco - faz parte da Les Titans. O curioso desta linha é que, após fermentados, os vinhos são levados para uma adega localizada 300 metros adentro de uma montanha, cuja entrada está a 1500 metros de altitude, nos Alpes Suíços. Lá, segundo consta a ficha técnica, estagiam em barricas de carvalho em um ambiente de temperatura constante (7ºC), durante todo o ano. Não sei se o custo da operação se traduz necessariamente em uma vantagem em termos de qualidade, ou só de marketing. Mas pelo menos o vinho é bom.

Ele já tinha 6 anos, mas o produtor recomenda que ele poderia ser guardado por 10 ou 12 anos. Ou seja, ainda tinha muito tempo de guarda, mas eu quis conhecê-lo logo. Por isso, logo ao abri-lo, resolvi despejá-lo no decanter, mas passando primeiro pelo aerador, para acelerar um pouco a aeração. Mas ele precisava mesmo era de tempo, e o aerador não resultou em mudança significativa. Achei-o um pouco fechado e pesado, no início.


Assim, deixei-o por meia hora aerando. Sendo um branco mais encorpado, não deveria ser tomado gelado, mas mesmo assim, para não se aquecer demais, eu coloquei o decanter dentro do balde de gelo, com água, e só um pouquinho de gelo (por sorte, meu balde de gelo permite essa manobra). Com o tempo, ele foi se abrindo; e com meia hora, eu já não quis mais esperar, e começamos a tomá-lo. Porém, quanto mais o tempo passava, mais se abria, e mais gostoso ficava.

Ele tinha uma cor dourada, de intensidade média/alta. No aroma, à medida que se abria, mostrava frutas de caroço maduras, um toque de baunilha aportado pela barrica, e notas meladas. Tendo a aromática Moscatel em sua composição, era de se esperar flores, mas não percebi nada floral. Na boca, era um vinho encorpado; mas quando devidamente aerado, a acidez equilibrava plenamente o álcool. Além disso, ele apresentava uma boa sapidez, que o deixava ainda mais fresco. No quesito harmonização, não se saiu bem com o queijo brie puro; já somando o queijo com a geléia, ele se saiu melhor. No entanto, ele brilhou mesmo foi com o atum defumado. Aí sim, ficou muito bom.


Inicialmente, tratando-se de uma segunda-feira - e de um vinho encorpado e alcoólico - eu pensei que tomaríamos apenas meia garrafa. Mas fomos tomando devagar, o vinho desceu tão bem, que no fim, foi embora. Foi mais um exemplo de como são bons os vinhos suíços.

* Além de ser o Dia Nacional da Suíça, 1º de agosto representa muitas outras datas importantes, como Dia do Trabalho em Samoa, Dia do Comércio na Islândia, Dia das Forças Armadas no Líbano, e coincidentemente, ainda por cima é meu aniversário.

2 comentários:

  1. Feliz aniversário, Rodrigo!

    Espero ter a honra de tomar um vinho suíço qualquer dia.
    :)

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