12 de fevereiro de 2017

Corralillo Gewürztraminer 2015

Não sou um fã de Gewürztraminer. Tendo a achar seus vinhos enjoativos, pois geralmente ela aporta muito potencial alcoólico e açúcar, mas pouca acidez para equilibrar. Por outro lado, quando o vinho é equilibrado, é uma ótima companhia para a culinária do sudeste asiático. E por essa razão, tenho buscado conhecer mais vinhos dessa variedade.

A referência em Gewürztraminers é hoje a região francesa da Alsácia, na fronteira com a Alemanha. Mas o Chile, sempre buscando diversificação, tem obtido bons resultados com a variedade no Vale de San Antonio. Esse vale costeiro localizado próximo à capital Santiago tem clima frio influenciado pelo Pacífico, e tem apostado em variedades de clima mais frio; entre elas, a 'Gewürz'.


Um vinho que provei de lá, e gostei, foi o Corralillo Gewürztraminer 2015, produzido pela vinícola Matetic. O nome, que parece marca de equipamento industrial, na realidade é o sobrenome de família, que tem origem croata (e se pronuncia Mátetich), e chegou ao Chile em 1892. Mas foi apenas na quarta geração da família, já em 1999, que Jorge Matetić filho criou a vinícola*.

A Matetic é uma vinícola orgânica e biodinâmica certificada. Eu não tive ainda a oportunidade de visitá-los, mas os relatos de quem visitou dão a entender que não são só certificados para 'inglês ver', mas que realmente os processos da vinícola são todos voltados à manutenção de um ecossistema, vivo, cheio de animais, plantas e insetos em equilíbrio, que garantem melhor saúde para os vinhedos, e dispensam a necessidade de entrar no ciclo vicioso de uso sistêmico de fertilizantes e pesticidas.


Em uma ocasião, tomei o vinho em casa, acompanhando um espaguete com frutos do mar. De cor amarelo-palha de baixa intensidade, é seco mas lembra uma nuance adocicada - não sei se por algum pequeno teor de açúcar residual, ou apenas por causa do aroma, que mescla lichias com frutas exóticas, como manga e mamão. Independente disso, a boa acidez e álcool bem equilibrado garantem que seja um vinho delicioso, desses que a gente termina a garrafa sem se dar conta.

E percebendo ser um ótima companhia para os pratos cheios de temperos do sudeste asiático, em outra ocasião levei uma garrafa ao Tomyam, restaurante que adoro, e já comentei algumas vezes no blog. Nesse dia, escolhi um peixe cozido no vapor, super leve, mas cheio de temperos, como sempre, e super saboroso. E a combinação com o vinho, perfeita.

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