28 de novembro de 2016

Marendaz Brut Impérial: borbulhas suíças

A Suíça - com sua altitude e seu clima de verões amenos e curtos, e muita chuva distribuída ao longo do ano - possui condições limítrofes a uma plena maturação das uvas. Está claro que os produtores locais trabalham normalmente com variedades específicas, mais adaptadas, exploram principalmente encostas voltadas ao sul e aproveitam o efeito regulador de grandes massas de água como os lagos de Genebra e Neuchâtel, que permitem uma extensão da maturação. E nessas condições, os produtores suíços têm feito ótimos vinhos (que conforme já comentei aqui no blog, pouco sabemos sobre eles porque os suíços têm poder aquisitivo, e consomem tudo localmente).

Mas com condições tão complicadas de maturação, parece que o país tem um grande potencial para produzir espumantes - afinal, sabemos que para os espumantes, as uvas precisam ser menos maduras, para que tenham maior acidez e menor teor alcoólico. Apesar disso, o investimento na produção deste tipo de vinho é recente, e ainda muito pequeno.

23 de novembro de 2016

Est! Est!! Est!!! di Montefiascone

Há alguns meses, eu havia ganhado um cupom de desconto de 20% na Evino. Vasculhando o catálogo para aproveitar a oportunidade, me chamou a atenção um vinho que tinha uma denominação de origem com o curioso nome de Est! Est!! Est!!! di Montefiascone - com exclamação e tudo. Uma rápida pesquisa a respeito, descobri que por trás do nome há uma estória igualmente interessante. Sendo assim, inclui duas garrafas na minha compra, que saíram por R$78,32, cada.

Cidade de Montefiascone, no Lazio (Commons Wikimedia)

17 de novembro de 2016

Torrazzine Recioto Della Valpolicella 2002

Conforme eu comentei no meu texto anterior, a degustação de vinhos ao estilo Amarone foi finalizada com o 'pai da criança', o doce Recioto della Valpolicella. Um vinho especial como esse não pode passar em branco, sem um registro no blog.

Imagem aérea da vinícola, obtida no Google

Na ocasião, tivemos o Torrazzine Recioto Della Valpolicella 2002, produzido pela Azienda Agricola Villa Erbice. A vinícola se localiza em uma propriedade histórica do século XVII, e começou a produzir vinhos em 1870. Hoje, está na terceira geração da família Erbice, e possui 13 hectares de vinhedos nas regiões de Valpolicella e Soave, cultivados em agricultura integrada, isto é, evitando ao máximo o uso de pesticidas sintéticos.

Estilo Amarone

Vinhos de sobremesa feitos de uvas passas são lugar-comum: algumas dezenas de locais por toda a Europa possuem tradição secular em vinhos doces desse estilo. Mas vinho seco com uvas passificadas, é bem mais incomum. A única referência mundial neste estilo é o Amarone della Valpolicella; e mesmo ele corresponde a uma tradição relativamente recente.

O Amarone teria surgido como um Recioto que deu errado. Para quem não conhece, Recioto é um passito, isto, é, um vinho doce feito de uvas passificadas (para quem quer conhecer mais a respeito dos estilos de vinho de Valpolicella, clique aqui). Diz a lenda que, eventualmente, a fermentação não era interrompida no momento correto, e o vinho fermentava até consumir todos os açúcares. Ficava seco e ligeiramente amargo, por isso o nome Amarone (amaro é amargo em italiano). Esse vinho nem era comercializado. Apenas a partir da década de 1950, alguns produtores locais começaram a investir especificamente nessas versões secas. O primeiro Amarone lançado no mercado foi o Bertani, em 1958 (na época, ainda chamado de Reciotto della Valpolicella Amarone [*][**]). Ou seja, esse estilo ainda nem chegou aos 60 anos.

Com o tempo, o sucesso dos Amarones della Valpolicella inspirou produtores, aqui e ali, a fazerem vinhos secos (ou quase secos) de uvas desidratadas. E este foi o tema do último encontro de uma de minhas confrarias. Tivemos um vinho chileno, um brasileiro, um autêntico Amarone, e ainda um outro vinho do Vêneto. Todos eles baseados na mesma premissa, porém cada um com suas particularidades de produção, que resultaram em vinhos distintos.

13 de novembro de 2016

Brachetto d'Acqui DOCG

A minha curiosidade enológica sempre é atiçada por vinhos com estilos diferentes, fora do nosso habitual. Por isso, quando eu vi o Batasiolo Braquetto D'Acqui DOCG sendo vendido na Wine, eu fiquei com vontade de prová-lo. É um espumante tinto e doce, com 6,5% de teor alcoólico; ou seja, bem diferente de tudo o que estamos acostumados. Curioso, mas não a ponto de comprar uma garrafa de preço cheio. Porém, quando a Wine fez uma promoção oferecendo-o a R$42, arrisquei uma garrafa para prová-lo.

8 de novembro de 2016

Beranu Vermentino di Sardegna 2015

Este ano, um casal de amigos viajou à Sardenha, e eles voltaram maravilhados: pela beleza das praias, pela comida, e pelos vinhos brancos, principalmente aqueles feitos da uva Vermentino. Qual não foi a minha surpresa, ao ver que na última remessa do Vinhoclube, veio um Vermentino di Sardegna?

5 de novembro de 2016

Miguel Torres Noches de Verano 2014

Tem gente que já me disse que o clima não afeta nada sua escolha de vinho. Pode estar um calorão de 40ºC, que abre um tinto porradão, não quer nem saber. Eu não consigo. Já não sou fã de vinhos porradões, mas se estiver calor, então, passo mais longe ainda. Prefiro brancos ou rosés bem refrescantes, talvez um espumante, ou até um coquetel com vinho (como uma sangria, ou um tinto de verão).