26 de abril de 2014

Vinho e Sabores de Portugal 2014

A Viniportugal está investindo forte no mercado brasileiro. A se somar aos diversos eventos que já promoveu no ano, ela trouxe novamente o Vinho e os Sabores de Portugal ao Brasil, desta vez à cidade de São José dos Campos. Em um espaço fornecido pelo Senac da cidade, a instituição responsável pela divulgação dos vinhos portugueses aproveitou a viagem dos produtores que vieram à Expovinis, e realizou a segunda edição da feira no Brasil, desta vez em outra cidade do interior, aumentando o alcance da sua campanha. A feira aconteceu na sexta e sábado, dias 25 e 26 (imediatamente após o término da Expovinis). E como ganhei um convite da revista Adega, não havia como deixar de comparecer.

Foi um evento pequeno, o espaço foi mais do que adequado, e foi bem organizado, com água disponível gratuitamente (como toda feira de vinho que se preza deveria fornecer), e um buffet de salgadinhos. Como diz o nome da feira, o assunto é vinho e sabores, e desta vez houve até um pouco mais de sabores do que no ano passado. Haviam produtores de embutidos, de patês de sardinha, e também de azeites, mel e vinagres, oferecendo degustações. Dentre os vinhos, vários rótulos de Vinho Verde, Porto, Douro, Dão, Moscatel, entre outros, apresentados por importadores, ou pelos próprios produtores.

23 de abril de 2014

Das terras de d'Artagnan


A Gasconha é uma região no extremo sudoeste da França. É terra de d'Artagnan, do fois gras e do Armagnac. De lá, também veio a Plaimont, mostrar, na Expovinis, seus vinhos de muito caráter, muito particulares. Representando a cooperativa, estava a simpaticíssima Anaïs Bréham, gerente de exportações do grupo. Ela me dedicou um bocado do seu tempo, me explicando sobre as particularidades da região.

Enquanto ela me explicava tudo, eu me lembrava dos cursos de Rui Falcão: vinhas centenárias, de várias castas misturadas, muitas das quais se desconhecem os nomes, vinhas pré-filoxera, plantadas em solo de areia. Em Portugal, isso tudo é mais ou menos comum, mas na França, são Patrimônio Nacional. Rui Falcão inclusive, escreveu a respeito delas. Em nenhum outro lugar da França há vinhas assim.

Beaujolais e suas vinhas velhas

Desde o ano passado, tenho tido a oportunidade de provar mais e mais vinhos Crus de Beaujolais, e me encantar com estes vinhos. Podem achar que tenho uma visão ingênua e romântica, mas eu acredito que a forma como o vinho foi produzido importa tanto quanto o sabor. E no meu raciocínio, dou valor a qualidades sustentáveis, como empresas familiares, pequenos produtores, cultivo que respeita o meio ambiente, colheitas manuais, e vinhas centenárias. Quando tenho a oportunidade de provar vinhos feitos por estes parâmetros, gosto mais do vinho, só por conhecer a história dele. E neste sentido, conhecer mais Crus de Beaujolais tem me trazido grande satisfação.

Nesta última edição da Expovinis, tive a oportunidade de conhecer mais dois produtores nestes moldes. Primeiro, o Domaine du Clos de Garands, propriedade de apenas 6ha, que além de produzir vinho, funciona como um B&B de turismo rural. Ao lado, o Domaine Ruet, propriedade um pouco maior, porém ainda uma empresa familiar. Foi gratificante ver a proprietária encher o peito para dizer que as vinhas foram plantadas pelo seu bisavô.

5000 anos de vinho grego

(Mais Expovinis)


Logo em frente dos estandes da Provence estava a vinícola grega Cavino, representada pelo brasileiro Nicolas Gatos - que é consultor da empresa para América do sul - e pelo enólogo, grego, Stelios Tsiris.


Os vinhos da Cavino já são importados ao Brasil, pela Winelands, e tive a oportunidade de me encontrar pessoalmente pela primeira vez com o Fernando Zamboni. Ele me mostrou alguns dos próximos vinhos da Cavino que pretende trazer. Podem esperar por eles, talvez já este ano.

Os irmãos Brun

Esta semana está sendo repleta de eventos de vinhos pelo estado de São Paulo. Mas sem dúvida, o mais importante é a Expovinis. Em sua 18ª edição, é a primeira vez que pude comparecer. Quem já foi em alguma, sabe que é uma feira imensa, e é preciso escolher bem o que quer conhecer, pois é impossível visitar todos os estandes. Entre os meus objetivos estava conhecer os vinhos dos quatro produtores da Provence, que vieram à feira.


Gostei, claro, de todos os vinhos que provei, porém, para mim merece destaque o Château de Brigue. O menor dos quatro produtores, e único que não possui importador no Brasil, é propriedade de quatro irmãos, em que cada um possui uma responsabilidade. Cabe ao irmão Olivier Brun a divulgação e comércio, e portanto, veio representar a empresa na feira. O principal produto, claro, são os rosés, mas ele trouxe quase todo o seu portefólio, incluindo brancos, rosés, um espumante e um vinho de sobremesa.

19 de abril de 2014

Frango na Moranga e Terras do Demo Branco Superior 2008

Na minha última visita, minha mãe fez uma bela duma moranga (abóbora) recheada com frango e catupiry. A receita é do restaurante Xapuri, em Belo Horizonte. Quando meu irmão caçula era pequeno, sempre que a gente ia lá, tinha que pedir a moranga, por causa dele. (Filho caçula, mimaaaado...). Mas agora minha mãe aprendeu os macetes da receita, e faz lá no sítio, onde tem um forno bem grande pra caber uma moranga que serve 10 pessoas, com folga.

18 de abril de 2014

Montchenot Gran Reserva 2003

Este mês, estou completando um ano que sou cliente da Winelands. Só tenho elogios a tecer à flexibilidade do clube, pois eu tenho o pior perfil que pode ter um cliente de clube de vinhos. Todo mês, eu fico 'pentelhando' o Fernando com mudanças na remessa seguinte: uma hora não quero o rosé, em outra não quero o espumante, outra vez eu quero repetir um vinho que já tinha recebido.

E de tanto eu ficar garimpando com ele, ele me conta sobre umas preciosidades que importa (para vender fora do clube). No ano passado, comentei a respeito de um vinho búlgaro de 1991, que ele me vendeu. Os fantásticos Crus de Beaujolais, também fiquei sabendo da mesma forma.

Este ano, ele me perguntou se eu queria algumas garrafas de um vinho argentino que envelhece 10 anos em tonéis de madeira, antes de ser engarrafado. Na hora, eu titubeei, e recusei a oferta, principalmente por causa do preço (que é muito acima do que costumo pagar), mas confesso que o fato de ser argentino pesou. Só que eu fiquei tentado, curioso, por conhecer um vinho que, apesar de argentino, é feito em um estilo muito mais semelhante aos grandes vinhos do mundo, do que ao mar de Malbecs insossos que inundam nosso mercado.


Aquele diabinho vermelho da tentação ficou martelando na minha cabeça, e me fez comentar com meu pai a respeito do vinho. Ele também ficou curioso, e pediu para eu comprar duas garrafas pra ele. Colhi maduro!

Rosé da Provence La Matelote 2012

Feriado no sítio dos meus pais, noite agradável, dessas que trazem um brisa fresca após um dia de sol. A noite foi embalada por música de jukebox e partidas de sinuca. Para comer, começamos com antepastos de berinjela e queijo camembert, aos quais veio se juntar uma torta de ricota, presunto e alho-poró recém saída do forno. Estava formado o ambiente perfeito para abrir um vinho leve e refrescante, como a noite. O escolhido veio da Provence, e se chama La Matelote 2012.

14 de abril de 2014

Moscatel Roxo 1998, da Quinta da Bacalhôa

(Como foi a Formação sobre Vinhos de Portugal nível III)

A Formação sobre Vinhos de Portugal teve grandes vinhos, mas um merece um texto só pra ele: um Moscatel de Setúbal, mas não um qualquer, e sim um Moscatel Roxo! Desde que ouvi a primeira vez a respeito do Moscatel Roxo, minha curiosidade enológica me fez cobiçar este vinho, caro e raro. Qual não foi minha alegria ao xeretar entre as garrafas que seriam servidas, e encontrar entre elas o Moscatel Roxo!


A uva Moscatel Roxo é tida como uma mutação natural da Moscatel, e teria ocorrido na região de Setúbal. Ela é mais rosada do que propriamente tinta, com pouca matéria corante. O vinho é feito com as mesmas técnicas do outro Moscatel: o mosto é colocado para fermentar com as cascas das uvas, e é fortificado logo no início do processo, para manter a maior parte do açúcar. O vinho é mantido com as cascas, macerando durante alguns meses. Em seguida, é colocado em barris de madeira, já sem as cascas, em ambientes com constantes variações de temperatura, para acelerar o processo de oxidação.

O Moscatel Roxo 1998 da Quinta da Bacalhôa, que degustamos no curso, foi maturado por 9 anos em barris de whisky! Eu já conhecia whiskies maturados em barris de vinho, mas o contrário, foi a primeira vez. A cada ano, 10% do vinho evapora, fica para os anjos.

A verdade é que eu esperava um vinho mais escuro, e com aromas que remetessem a frutas mais escuras, como figos, tâmaras e ameixas. Em vez disso, ele tem cor âmbar de intensidade média, e os aromas de damascos secos, cascas de laranja cristalizadas, e um pouco de mel. É viscoso, denso. A doçura é intensa, e percebe-se no primeiro plano. Mas pudera, tem mais de 200g/L de açúcar! Por outro lado, a acidez também é alta, e lhe dá frescor. É um vinho que não enjoa, só dá vontade de continuar bebendo. E a persistência aromática parece eterna.

Como foi a Formação sobre Vinhos de Portugal nível III

Nesta segunda-feira, aconteceu a Formação de Vinhos de Portugal nível III, no Hotel Vitória, em Campinas. A aula faz parte da campanha da Viniportugal para promoção dos vinhos portugueses, e conta com a participação do crítico de vinhos Rui Falcão. O objetivo da campanha é promover o conhecimento sobre as características e particularidades do vinho português, como forma de divulgação.

Neste curso nível III, Rui Falcão abrangeu todas os os assuntos que já havia falado no nível II. Porém este ano o tempo de curso foi bem maior, com duração de 7 horas, o que lhe permitiu entrar em mais detalhes a respeito de algumas regiões menores, às quais havia mencionado com muito mais brevidade da outra vez.

Sendo assim, falou da densidade de castas nativas, de como todas elas são efetivamente utilizadas, das vinhas misturadas; descreveu as influências climáticas e diversidade de relevo e solos, formando inúmeros micro-climas; mencionou as técnicas tradicionais de vinificação, como pisa a pé em lagares, e a tecnologia desenvolvida em Portugal de robôs que realizam a pisa; também citou a fermentação em ânforas de barro (lá, se diz talhas), que hoje se populariza no mundo, mas que em Portugal, há uns poucos produtores que sempre fizeram o vinho desta forma; comentou sobre os benefícios em se fazer vinhos em corte... enfim tudo que faz os vinhos portugueses se distinguirem do restante do mundo.

Após a introdução, veio a descrição das diversas regiões vinícolas do país, e junto, como não poderia deixar de ser, a degustação dos vinhos, de algumas delas. Como foram muitos, selecionei os que mais me agradaram, e os descrevo a seguir.

10 de abril de 2014

Andrássy Tokaji Aszú 4 Puttonyos 2006

Na época em que eu viajei à Hungria, de mochilão, eu só tomava vinho tinto. Havia 'aprendido' que vinhos brancos e doces eram ruins, que bom era só vinho tinto, e seco. Só que lá na Hungria, a estrela do país são exatamente os brancos doces, feitos na região de Tokaj.

5 de abril de 2014

Paleta de porco com molho de abacaxi e pimenta rosa

Hoje teve almoço especial, com uma receita nova: paleta de porco assada com molho de abacaxi e pimenta rosa. E com uma iguaria dessas, tinha que abrir um vinho à altura. Eu tinha um espumante alemão, que já esperava a vez havia uns meses, e concluí que havia chegado a sua hora.